sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Não arrisco, há risco

Ultimamente temos sidos tranqüilizados pelas autoridades governamentais sempre nos informando que não há riscos, a cada problema que é levantado a informação é sempre a mesma, não há risco. De acordo com o Dicionário Michaelis risco é: “Possibilidade de perigo, incerto mas previsível, que ameaça de dano a pessoa ou a coisa.”, mas para nós:
  • Não há risco de epidemia de febre amarela, apesar do crescimento de casos noticiados pela imprensa e do português (o ministro da Saúde é português) ministro do Brasil informar que não precisamos de vacinação em massa.
    Os governos de outros países estão recomendando aos turistas que vêem para o Brasil se vacinarem com antecedência, e alguns países exigem de turistas brasileiros a carteira de vacinação, contra a febre, para adentrarem no seu território.
  • Não há risco de apagão, apesar do preço da energia, em leilões específicos, ter praticamente quintuplicado nos últimos meses.
    Poderá não ocorrer falta de energia em nossas casas, mas o preço em alta faz com que o custo de produção fique mais caro, para baratear os custos a ação imediata é o corte de despesas, e como funcionário é despesa, podemos ter luz, mas não dinheiro para pagar a conta;
  • Não há risco de falta de gás, apesar do nosso maior fornecedor, a Bolívia, já ter anunciado um racionamento escalonado entre os seus principais compradores, Brasil e Argentina, e estar sofrendo de carência técnica, já que “exportou” os técnicos da Petrobrás.
    Os aumentos que já ocorreram nos preços do gás afetaram algumas indústrias no sul e sudeste que investiram na transformação de seus parques industriais para operar com gás importado.
  • Não há risco de crescermos menos de 5% a.a, apesar da já anunciada crise no sistema bancário americano (com fortes respingos sobre o sistema bancário europeu) que vem influenciando a economia, já produzindo a maior inflação americana dos últimos 17 anos.
    Como bem conhecemos, recessão é o remédio ortodoxo para a inflação, e recessão nos EUA significa que 25% do comércio mundial estarão com o pé no freio, e numa economia cada vez mais globalizada, todo o mundo é afetado pelo que acontece em Wall Street (Bolsa de Valores) e Chicago (Bolsa de Mercadorias), enfim pelo que acontece na América do Norte.

Eles estão prometendo que não há possibilidade de perigo algum (não há risco), mas levando-se em consideração que arriscar no dicionário é: “Expor(-se) a bom ou mau sucesso, oferecer(-se) ao arbítrio da fortuna; aventurar(-se)”, não vou arriscar.
Não custa nada se vacinar, economizar energia, administrar o consumo de gás, fazer uma poupança para garantir o futuro.
Afinal não haveria apagão aéreo e temos três dos nossos principais aeroportos (Brasília, Congonhas e Cumbica) como os piores do mundo.

Um comentário:

Unknown disse...

Pai...
Veja só este texto... Sempre que posso eu leio e acho muito interessante...

Beijos

FELICIDADE REALISTA
Por Mário Quintana

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote
louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser
magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema:
queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor.. não basta termos alguém com quem podemos
conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar
pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente
apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes
inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos
sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o
que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você
pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um
parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando
se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção.
Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se
sentir seguro, mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda,
buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e
um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato,
amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza,
instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde
só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas
desta tal competitividade.
Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as
regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo.
Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a
felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir
embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não
sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração.
Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade...