segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Coisas que a vida ensina depois dos 40


No crepúsculo de mais um ano e na espera do nascimento do outro, normalmente fazemos nossas reflexões: o que fiz de bom e ruim esse ano; quantas amizades ganhei, quantas perdi; quantos carinhos recebi, quantos deixei de dar; quantos sorrisos brindaram minhas manhãs, quantas caras feias deixei.

Esses pensamentos buscaram em minha memória, um artigo de Artur da Távola (pseudônimo de Paulo Alberto Monteiro de Barros), carioca da gema, político, escritor e jornalista, nascido em 3 de janeiro de 1936 e desde 9 de maio passado, está junto ao Criador. O título deste artigo é plágio do dele, que é assim:

Amor não se implora, não se pede não se espera...

Amor se vive ou não.

Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.

Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.

Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.

As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.

Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.

Água é um santo remédio.

Deus inventou o choro para o homem não explodir.

Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.

Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.

A criatividade caminha junto com a falta de grana.

Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.

Amigos de verdade nunca te abandonam.

O carinho é a melhor arma contra o ódio.

As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.

Há poesia em toda a criação divina.

Deus é o maior poeta de todos os tempos.

A música é a sobremesa da vida.

Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.

Filhos são presentes raros.

De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças acerca de suas ações.

Obrigado, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.

O amor... Ah, o amor... O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças...

Não há vida decente sem amor! E é certo, quem ama, é muito amado. E vive a vida mais alegremente...

Publicado no jornal O Progresso de Imperatriz-MA em 28.12.2008

sábado, 20 de dezembro de 2008

HORA DE CRISE, HORA DE MUDANÇAS


Existe uma enorme quantidade de ditados populares que podemos usar no momento atual: “há males que vem para o bem”, “não há mal que nunca acabe”, “depois da tempestade vem a bonança”, “no começo é assim, depois melhora”, e tanto outros que daria para escrever um artigo só citando ditados, todos eles buscando uma forma de fazer com que tenhamos esperanças e torçamos pelo fim da “marolinha” que está modificando conceitos, quebrando paradigmas e arrastando muitos para o descrédito.
Já que falei de ditado, irei me aproveitar de um, “tudo tem um lado bom”. A recessão que se anuncia nos EUA e também em alguns países da Europa somada à diminuição no consumo em alguns outros países, pode ser boa para o mundo, se pensarmos no meio ambiente. A queda no preço da soja certamente servirá de desestímulo ao avanço da oleaginosa sobre as matas nativas, assim como a queda do preço do boi. De que adianta desmatar ainda mais a Amazônia para desenvolver pastagens se o boi vai sobrar no pasto por falta de consumidor ou preço?
O mesmo desestímulo podemos estender à produção de aço. Claro que não queremos que o desemprego atinja, como já vêm atingindo, empresas como a Vale, Companhia Siderúrgica Nacional – CSN e outras, inclusive da nossa região. Se pensarmos na diminuição que haverá no uso do carvão vegetal, que queima nos fornos das guzeiras, veremos que o avanço da crise sobre este setor afeta outros setores.
Se não houver demanda de carvão vegetal, para quem produzi-lo? Por que desmatar? Para quem vender a madeira retirada na criação de pastagens? (essa venda diminui e muito o custo de implantação do pasto). Se não houver motivo para produzir carvão, não será necessário que trabalhadores se sujeitem ao trabalho escravo nas carvoarias escondidas no meio da mata.
Outro setor da economia no qual se espera uma queda nos índices de crescimento, já no próximo trimestre, é setor da construção civil. Este é outro setor que utiliza madeira de desmatamento ilegal e tem avançado seus condomínios sobre áreas de mata nativa e mangues.
Sem sombra de dúvida um setor que já sofreu uma queda brusca foi o petrolífero. O barril que há seis meses atrás chegou a US$ 150.00, hoje bate nos US$ 36.00. É uma queda tão grande que a OPEP está reduzindo a produção para tentar pelo menos não deixar que fique abaixo desse patamar.
Ótimo! Menos produção de petróleo, ar mais limpo.
É hora de crise, é hora de mudança. A história nos ensina que nas maiores crises o homem sempre se superou e criou novas soluções. É hora de ser criativo e inovar. É hora de pensar em novos meios de produzir, sem destruir o meio ambiente e sem escravizar trabalhadores.
Se repentinamente apareceu dinheiro, no Brasil e no mundo, para socorrer bancos, montadoras de veículos e empreiteiras, porque não planejar melhor e programar recursos para um modo de produção sustentável. A natureza nos dá tudo e só pede respeito, vamos respeitá-la e utilizar seus recursos de maneira correta, sustentável, gerando emprego e renda, principalmente às comunidades que hoje são negativamente afetadas pelo crescimento desmedido.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Simplificando a crise


A crise está tão feia que nem economista está entendendo direito, só quem consegue entender e saber que não vai acontecer nada com o Brasil é o Sr. Luís Inácio.
Para facilitar, ou pelo menos obter uma visão mais fácil de ser entendida, faremos uma analogia da crise com o nosso dia-a-dia, de pobres mortais.
Imaginem que na Vila Dureza, o seu Creisson resolveu vender a crédito para os seus fregueses mais antigos, eles estão passando por aperto e são fregueses conhecidos de longa data, não implica que sejam bons pagadores, são conhecidos do seu Creisson que agora em vez de pagar a vista, começam a anotar na caderneta.
O seu Creisson, que de bobo não tem nada, aumenta o preço dos produtos sob o argumento de "quem paga a prazo sabe que paga mais". Esse acréscimo é chamado de sobre preço, ou preço a mais que os fregueses estão dispostos a pagar por comprar a prazo.
O filho do seu Creisson, rapaz que trabalha no banco da pequena cidade e, portanto, "sabe tudo de finanças", deduz que a caderneta da vendinha da Vila Dureza na verdade trata-se um ativo, de como se diz no banco, um recebível e pede um empréstimo ao gerente como adiantamento sobre esse recebível. O gerente que não conhece o seu Creisson, nem a Vila Dureza e muito menos os fregueses do seu Creisson faz o empréstimo, "porque a taxa de juros, ou o spread, é tão bom que vale a pena arriscar".
Os executivos do banco que nem conversam e nem conhecem o "gerentinho" da agência no interior observam a nova captação de recebíveis que chegou à instituição.
Como fizeram "emibiei" e são doutores em finanças, os executivos nem se preocupam em ligar para a agência, sabem que o negócio hoje é agilidade e lucro e vão para o mercado lastrear a operação, ou seja, vão captar dinheiro no mercado via CDB, RDB, TERETETE, e outras centas mil siglas que só eles conseguem traduzir, para cobrir o dinheiro que saiu com o empréstimo para o seu Creisson.
Só que tem um detalhe, banco que é banco, não pega somente o valor que o seu Creisson emprestou, eles fazem a chamada alavancagem, explicando, pegam muitas vezes mais o valor que emprestaram, pois, "agora com certeza um mercado novo esta se abrindo e vamos ganhar muito". A alavancagem no mercado de capitais leva a operações estruturadas em derivativos, títulos derivados de outros, que são negociados nas bolsas de mercadorias e futuro (BM&F) e que operam com commodities. Commodity significa mercadoria, são papeis que transacionam produtos como soja, trigo, café, ouro, petróleo, ferro, aço, etc., que são produtos de base em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores.
Os operadores da BM&F que nem imaginam que exista o seu Creisson, mas sabem que as operações podem ser arriscadas, buscam as seguradoras para se garantirem e fazem os hedges, seguros contra eventuais perdas.
Pronto todo mundo no mercado fazendo e ganhando dinheiro com a caderneta da vendinha do seu Creisson, lá da Vila Dureza, que não sabe nem preencher um cheque.
Um dia o gerentinho da agência do interior, acompanhando o seu funcionário, vai à casa do seu Creisson tomar uma cervejinha e descobre que os fregueses não estão pagando a caderneta, que o seu Creisson está quebrado e, portanto, não vai ter como pagar o empréstimo. Quebrou-se a cadeia.
Os bancos não confiam mais no varejo, o mercado não confia mais nos bancos, o varejo não confia mais nas seguradoras que não confiam mais no mercado, em resumo, ninguém confia mais em ninguém. A crise é estabelecida.

Publicado no jornal O Progresso em 12 de outubro de 2008 Imperatriz - MA

domingo, 28 de setembro de 2008

In Lula we trust


Estes dias os americanos vêm provando que não são tão bons assim como dizem e a crise financeira tem nos mostrado isso. A incompetência e as trapalhadas tem sido a marca do governo Bush. A ação totalmente atabalhoada no Iraque, que apesar de ter conseguido seu real objetivo que era o de conquistar mais petróleo, gerou uma guerra da qual não sabe sair. A crise financeira mostrou e vem mostrando a má gestão sobre os acontecimentos e reflexos decorrentes sobre tempo de resposta. Quanto mais se enrola para resolver a crise, maior ela fica. Ontem pela manhã em pronunciamento à nação George Bush declarou: "... se fosse possível deixar que qualquer das irresponsáveis companhias de Wall Street quebrasse sem que vocês e suas famílias fossem afetados, eu teria feito isso. Mas isso não é possível".
A frase mostra claramente o desânimo do presidente e a situação em que se encontra: em fim de mandato, com os piores índices de aprovação e sem condições de fazer o substituto, ou seja, como eles apelidam alguém nessa situação lá nos EUA, um lame duck, (pato manco).
Mas a maior demonstração de decadência foi sua apresentação na ONU, depois do seu discurso, até o Luís Inácio bateu nele. "Eu lamentei porque imaginei que o presidente Bush, já que é a ultima aparição dele na sede das Nações Unidas, faria um discurso de despedida, falando um pouco da crise econômica e o que o governo americano pretende fazer". E ainda foi irônico ao completar, ''Eu, como sou defensor da autodeterminação dos povos e da soberania dos discursos dos presidentes, fui obrigado então a ficar quieto". Quem diria até o Luís Inácio batendo no “cumpanheiro lame duck”.
Do alto dos seus 77,7% de índice de popularidade ele não poupou conselhos nem aos candidatos à Casa Branca, Barack Obama e John McCain, afirmando que eles deveriam imitá-lo ''O ideal é que os dois candidatos pudessem assinar uma carta ao povo americano, como a que eu assinei ao povo brasileiro em 2002, assumindo um compromisso para dar tranqüilidade ao povo americano e tranqüilidade para o mundo como um todo''. Eu lembro da Carta ao Povo Brasileiro e também dos índices do dólar e do risco Brasil.
A metralhadora atingiu também as Teorias Economias, pois, ele decretou o fim do neoliberalismo quando disse acreditar que o período neoliberal ''está encerrado porque (a crise) demonstra que também no sistema financeiro é preciso ter seriedade, é preciso ter ética, não é apenas o cidadão comum que tem que ser ético''. Esta frase explica alguma coisa, já que ele não se considera um cidadão comum. Mas espero agora, ansiosamente, qual será o novo período econômico, pois, se acabou o neoliberalismo, outra teoria econômica deverá pautar a nova economia lulística. Andei até pensando alguns nomes: período dólar cuecal, período mensalão, neoaguardêntico ou mais profundamente Era Présal. Chique não?
Sabem o porquê dessa autoridade toda lá pras bandas dos EUA? Reflexo do que lhe disse o Sr. Eduardo Campos. “Depois que o governador de Pernambuco me contou um fato histórico sem precedentes, de que foram os pernambucanos que fundaram Nova York, eu me sinto muito mais importante em Nova York hoje do que em qualquer outro momento em que estive nos EUA”.
Concluindo, os americanos para dar mais força à sua moeda deveriam trocar a inscrição que consta nas suas cédulas. Em vez de IN GOD WE TRUST, deveriam apor IN LULA WE TRUST.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Os lucros são privatizados, os prejuízos são socializados.



Para os que acham que a crise financeira instalada esta semana é o início do fim do sistema capitalista, é a derrota final do capitalismo, uma má notícia, não é. É uma crise séria e com muitos reflexos que ainda haverão de despontar, mas, infelizmente ainda não é o fim do capitalismo selvagem. Como posso afirmar isso? É simples.
O presidente americano George “War” Bush foi a TV, nesta sexta-feira dia 19, em cadeia nacional e afirmou “A economia americana está enfrentando uma crise sem precedentes e isso exige medidas também sem precedentes.”. Com essa afirmação ele trouxe a crise para o quintal de casa e não culpou ninguém, não buscou nos “loucos do oriente” o motivo da quedas das bolsas, assumiu a parcela de culpa do governo americano, limitando assim a crise.
O Federal Reserve - Fed, (banco central americano) e o Tesouro Americano, apoiados pelo Congresso anunciaram o lançamento de um pacote de medidas contra a crise do setor bancário do país, com o objetivo de estancar o prejuízo que chegou, segundo estimativas de Wall Street, na casa do trilhão de dólares e que provocou o risco sistêmico nas finanças mundiais.
Mas o motivo principal que me leva a afirmação de que não é o fim do capitalismo é saber em que consiste o pacote de medidas anunciado para salvar a economia americana.
A solução não poderia ser mais capitalista, a primeira medida é criar uma agência para absorver os ativos imobiliários podres emitidos pelo “casal Freddie Mac e Fannie Mae”, algo parecido, mas em escala muito maior, com o que foi feito na crise dos anos 80 das instituições de poupança e empréstimo - as savings and loans.
Outra medida é a garantia pelo Tesouro americano do pagamento de títulos de curto prazo que compõem os fundos mútuos de mercados monetários - formados por papéis da dívida pública americana, títulos de empresas e outros instrumentos negociáveis.
Tem mais, para garantir a liquides dos bancos neste momento de crise, o Fed anunciou que estenderá os empréstimos sem obrigação de pagamento (empréstimos cujo pagamento vem com o lucro proveniente da aplicação dos recursos) aos bancos americanos, para financiar suas compras de ativos de alta qualidade. Os Commercial papers primeiro rendem dividendos para os bancos, que depois com os lucros, pagam ao banco central americano.
O custo da operação de socorro segundo o secretário de Tesouro Henry Paulson, será de centenas de bilhões de dólares.
O mercado, ou melhor, seus operadores, ganharam bilhões com produtos duvidosos e até fraudulentos como os créditos podres e agora o estado, ou melhor, o povo americano, absorverá todo o rombo.
Tem algo mais capitalista que privatizar os lucros e socializar o prejuízo?
Nós da linha debaixo do Equador conhecemos muito bem essa história, desde antes do Convênio de Taubaté, e é ai que reside o grande problema da saída americana para a crise. Nós brasileiros já estamos acostumados há ser roubados e enganados, para nós não é novidade ver banqueiro ladrão posando de inocente, indo depor em CPI e sendo chamado de doutor. Mas será que os gringos vão agüentar? O histórico deles não é de passividade como o nosso, vão tentar repassar esse prejuízo para o resto do mundo. Alguém vai pagar essa conta. O futuro dirá.
Só mais um lembrete para não passar em branco a nossa economia. A renda média do trabalhador brasileiro cresceu pelo terceiro ano seguido, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, em 2007 a alta foi de 3,2%, crescimento inferior à registrada em 2006, de 7,2% e menor que a de 2005, de 4,5%. Como o Produto Interno Bruto - PIB em 2007 cresceu 5,4%, alguém ficou com a diferença.


Publicado no jornal O Progresso em 21de setembro de 2008 Imperatriz-MA

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lula é nosso único acontecimento

Quando eu comecei a escrever em jornal, há 17 anos (santo Deus...), fiz um juramento de que nunca começaria um artigo com a célebre frase: "Estou diante da página branca, em busca de um assunto..." E cumpri a promessa, querido leitor. Jamais fiz isso. Mas, hoje, não sou eu quem está sem assunto, é o Brasil. Parece não acontecer mais nada no país. Como se explica isso?
Bem, é que Lula é o único acontecimento. Ele se apropria do que acontece e interpreta-o em seu interesse. Pode transformar acontecimentos em não-acontecimentos e vice-versa. Pode transformar o nada em fato e o fato em nada. Com seu carisma e marketing constante, joga uma nuvem de poeira nos olhos do país. Ele entendeu que basta apoderar-se dos defeitos e cacoetes políticos do Brasil e saber manobrá-los para tudo marchar com "normalidade". Apesar de crises de fait divers, nunca o Brasil pareceu tão normal.
Com a economia bombando, como ele teve a sensatez de manter a boa política econômica do governo anterior, basta a Lula manter a imagem do funcionamento político normal, aceitando as anormalidades como normais, aceitando vícios dos poderes como fatos inevitáveis e, sabe ele, nem tão danosos à sua administração. Lula fatura como seus todos os acertos do governo anterior e jogará seus erros nos ombros de quem vier depois, disse uma vez Dora Kramer.
O que me dói neste governo é o que ele poderia estar fazendo com a imensa grana que entrou com esta bonança e com as alianças que teceu. Mas grandes mudanças e reformas essenciais dariam muito trabalho, desgastes, e Lula não quer aporrinhação. Ele conseguiu ficar fora de todos os escândalos que os babacas bolchevistas aprontaram. Saiu limpo e mais branco ainda, com o Omo da impunidade.
Sejamos justos: Lula merece elogios. Ele tem sido sensato, aqui e na América Latina, quer fazer algo pelo Brasil, sim, trouxe o conceito de fome e pobreza para a agenda administrativa e tem sido democrático. Mas este artigo trata mais de sua genialidade política. Aí, sim. Trata-se de um maquiavel espontâneo, forjado na luta dura da viagem entre as classes sociais.
Ele aparece todos os santos dias na TV, rádio e jornais, pois descobriu o Brasil real e — aí está seu gênio — descobriu algo que ninguém viu antes: que o Brasil não precisa de governo, basta parecer que tem. Ele entendeu que não existe uma meta a priori, desistiu de qualquer idéia de atingir uma síntese. Esta é a grande dificuldade de se analisar seu governo.
Os comentaristas típicos partem de uma premissa de progresso no futuro e esperam que ela seja cumprida na prática. Mas nós não conseguimos concluir nada. Afinal, é bom ou ruim? Ninguém tem certeza. Lula não trabalha com isso. Acha isso uma bobagem "modernista". Seu projeto é ele mesmo. Ele deixa o Brasil andar sozinho e não mexe no essencial. Ele raciocina intuitivamente caso a caso, sem grandes projetos totalizantes.
Lula adotou como atitude o sentido da "cordialidade" que Sergio Buarque de Holanda descreveu. Como a classe dominante do Nordeste, da qual ele foi a vítima, Lula usa o jeitinho do "homem cordial" para si mesmo. "Aos amigos aliados, tudo"; tolerância até com os macarrões de um Severino para governar em paz. Ele sabe que tudo se esquece. Quanto à lei e a questões institucionais, ele não liga muito. Não fere a lei, mas tolera que seus sórdidos aliados o façam, como se dissesse: "É o Brasil, que que se vai fazer?" E atenção, inimigos meus, vou dizer uma frase polêmica: talvez só essa velha cordialidade ibérica nos preserve uma louca e tropical "democracia". Lula usa isso.
Lula desmoralizou os escândalos, tolerando-os. Ele não é malandro nem desonesto, mas tem sensibilidade para o que o Brasil quer ver. Este é o outro tema deste artigo: Lula como ator. Sim. Até hoje só foi enfrentado por outro gênio do palco: Roberto Jefferson, que até lhe fez o favor de livrá-lo dos bolchevistas psicopatas que o impediam de governar. Agora, só tem tarefeiros e pelegos na boquinha, mas que não fazem tanto mal quanto os "dirceuzistas", que nos jogariam na vala da Argentina.
O Lula-ator tem o selo de legitimidade de sua vida de operário. Tudo bem. E ele passa habilmente a "sabedoria" que o sofrimento lhe deu, a paciência diante das crises: "Calma, pequenos-burgueses!... Eu sei o que é a vida, já passei por coisa pior!" Lula desqualifica qualquer seriedade dramática com brincadeiras populares, como o Corinthians, o dedo cortado, o Brasil comparado ao Sítio do Picapau Amarelo, o mar salgado de xixi. Mas, se precisar, ele fala sério com a bruta indignação do sindicalista vítima do "sistema", assim como pode ser tranqüilo e debonaire na reunião da Febraban ou sereno com reis e duques.
É um craque. Só vi o Lula perder o prumo no auge do mensalão, quando temeu por si. Ali, suas sobrancelhas se arquearam de verdade, e seus olhos giraram para cima, nas órbitas. Ali, ele teve medo mesmo de ser jogado de volta ao passado de pobreza e marginalidade. Já na campanha da reeleição, com a subida do Alckmim, ele arregaçou as mangas, mandou fazer um palanque de passarela como o do Mick Jagger e botou para quebrar. Era um leão acuado que ganhou de goleada.
Essa multiplicidade de cores, cambiantes, velozes como as lulas, é sua maior munição. Quando se zanga, dá medo. Quando ri, é uma graça — suas covinhas são irresistíveis, nos acalmam, nos desmobilizam; suas piadas, mesmo sem graça, tiram a tragicidade de crises. Isso tudo sem falar no seu "design" perfeito: barriguinha, um getúlio barbadinho, simpaticíssimo, o nome de fácil legibilidade como "Pelé"... em suma, um crack. E tem mais: o país é tão "imexível", tão duro de roer, tão resistente a qualquer cirurgia ou reforma, que talvez Lula tenha razão em sua tática de ciência política...
Arnaldo Jabor
(Transcrito de O Globo de 16/9/2009)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A culpa é minha e eu coloco ela em quem eu quiser – Homer Simpson


Nesta quarta-feira a Organização Européia de Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em francês), acionou o mais potente acelerador de partículas já construído, o Large Hadron Collider (LHC), para tentar reproduzir o Big Bang. O objetivo do projeto é encontrar a origem das massas das partículas e decifrar a origem do Universo.
A busca incessante de onde viemos tem sido uma das forças motrizes que levam o homem à busca do conhecimento, entretanto, neste momento cabe também uma reflexão. Para onde estamos indo? Que caminhos devemos tomar para termos um mundo melhor? Que rota seguir? As respostas provavelmente devem estar na filosofia, mais precisamente na ética e na moral.
O pensamento ético é frequentemente citado, mas muitas vezes confundindo com a prática de comportamentos, confundem o estudo da ética em si e moral com valores.
Moral são valores aceitos como válidos por um grupo social ou sociedade num determinado período e ética é o estudo de como exercemos a moral, pela introspecção e com os outros, sobre o exercício daqueles valores. Portanto a ética nunca muda, mas a moral sim, pois ela é constituída de valores que vão mudando com o passar do tempo.
A exigência ética fundamental consiste em reconstruir relacionamentos do indivíduo com a sociedade. De acordo com Agostinho Neves da Silva em Proposta de Código Deontológico “Ética não se compadece com relacionamentos baseados no amiguismo e compadrio que asfixiam o bem-estar de qualquer sociedade, regendo-se por valores imorais sem qualquer respeito aos outros”.
A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. A ética ultrapassa o que parece, investiga o que é. Procura razões pessoais para ”o modo de ser“ dos indivíduos frente aos seus valores e a moral dos grupos sociais aos quais pertence.
Reafirmando o conceito, moral é um conjunto de valores tais como integridade, honestidade, dignidade, humildade, afabilidade, etc. que são aceitos como adequados, como regra, por um grupo social e desrespeitar esses valores não é ferir a ética, mas sim ferir a moral.
Segundo Lichtenberg a moral pode ser dividida em quatro princípios:
· O filosófico: Faça o bem pelo próprio bem, por respeito à lei.
· O religioso: Faça-o porquê é a vontade de DEUS, por amor a DEUS.
· O humano: Faça-o porquê seu bem-estar o requer, por amor próprio.
· O político: Faça-o porquê o requer a sociedade da qual você faz parte, por amor à sociedade e por consideração a você.
Para sabermos se estamos sendo éticos temos que responder a dilemas éticos:
· O que eu faço contribui para quê?
· As minhas ações estão sintonizadas com o meu discurso?
· As minhas atitudes podem servir de modelo?
· O que eu faço em relação ao meu grupo de convívio, é como eu gostaria com que todos os membros do grupo agissem para comigo?
· Tenho preservado a dignidade diante dos fatores econômicos, qualidade, produtividade e integridade física, mental e espiritual?
Estamos em época eleitoral, cabe a nós eleitores e aos senhores candidatos fazermos essa reflexão, pois, Tolstoi já afirmava que “Não é possível ser bom pela metade”

Publicado no jornal O Progresso em 14 de setembro de 2008 Imperatriz-MA

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Papo de mulher

Amigas ao telefone:
- Oi, me conta como foi o encontro de ontem à noite?
- Horrí­vel, não sei o que aconteceu...
- Mas, por quê? Não te deu nem um beijo?
- Sim... Beijar, me beijou. Mas me beijou tão forte que meu dente postiço da frente caiu e as lentes de contato verdes saltaram dos meus olhos...
- Não me diga que terminou por aí­?
- Não, claro. Depois pegou no meu rosto entre suas mãos, até que tive que pedir que não o fizesse mais, porque estava achatando o botox e me mordia os lábios como se fossem de plástico... Ia explodir o meu
implante de colágeno e quase sai o mega hair!!!
- E... não tentou mais nada?
- Sim, começou a acariciar minhas pernas e eu o detive, porque lembrei que não tive tempo para me depilar e além do mais, me arrebatou com uma luxúria e estava me abraçando tão forte que quase ficou com minhas próteses da bunda em suas mãos e estourou meu silicone do peito.
- E depois, que aconteceu?
- Ah­, então, começou a tomar champagne no meu sapato...
- Ai, que romântico!!!
- Romântico o cacete! Ele quase morreu!!!
- E por quê?
- Engoliu meu corretor de joanete com a palmilha do salto.
- Nossa, que ele fez?
- Você acredita que ele broxou e foi embora?
Acho que ele é viado....
- Só pode!!!
Publicado no Blog prosa e política

domingo, 7 de setembro de 2008

Pré-sal! Ai ele vai pra galera!


Déjà vu. Foi essa a primeira coisa que me veio a cabeça quando vi esta semana o Sr. Luis Inácio, com as mãos sujas de petróleo, dentro de um macacão cor de laranja com o logotipo da Petrobrás. Eu jurava que já tinha visto essa cena e na verdade tinha visto sim, não foi déjà vu, foi repetimento mesmo.
No simbólico dia 21 de abril do ano de 2006 o Sr. Luís Inácio inaugurou na Bacia de Campos no Rio de Janeiro, a plataforma marítima P-50 que segundo ele estabeleceria uma nova fase do petróleo no Brasil, a fase da auto-suficiência, e isso num momento em que o preço internacional do petróleo batia recorde.
Naquele momento, como agora, ele apertou o botão que deu a partida nos equipamentos, depois abriu a válvula para deixar sair o primeiro jato de petróleo e deixou a marca de suas mãos sujas de petróleo num uniforme laranja, tudo igualzinho ao que já tinha feito quando imitou o gesto do ex-presidente Getúlio Vargas há 56 anos.
Se falta originalidade ao Sr. Luís Inácio, falta também a verdade, pois, a alardeada auto-suficiência usada de forma eleitoreira em 2006 nunca chegou. Na verdade a balança comercial de petróleo e derivados apresenta déficit de US$ 5,440 bilhões acumulados entre janeiro e agosto deste ano. Esta é a diferença entre importações de US$ 21,192 bilhões e exportações de US$ 15,752 bilhões, déficit maior que o dobro no mesmo período de 2007, que foi de US$ 2,384 bilhões.
Aconteceu com a auto-suficiência o que aconteceu com outros “projetos do governo”, grandes lançamentos, publicidade na TV, rádio, internet, viagens nacionais e internacionais para divulgar o grande feito, que dura até o lançamento do próximo, pois, de alguma forma tem que encobrir o que não foi feito. Lembram das Parcerias Público Privadas, as PPP’s? Do projeto Primeiro Emprego? Cadê o biodíesel de mamona que ia colocar o Brasil na dianteira das novas tecnologias em obtenção de energia alternativa e alavancar o campo através da agricultura familiar? Lembram do projeto levado à ONU como solução da fome no mundo, o Fome Zero Mundial bancado por um imposto sobre as movimentações financeiras internacionais? Nem o Fome Zero Nacional funciona.
Essas atitudes e ações me lembram um personagem da Escolinha do Professor Raimundo, o Seu Boneco, que falava “alguma abobrinha” e depois soltava o bordão “Ai eu vou pra galera!”.
Agora o caminho para “ir pra galera” é o Pré-sal. Estão fazendo um alarde tão grande com as descobertas que, é capaz dos sheiks árabes se sentirem diminuídos com os “poçinhos” que eles têm. Todavia que até agora ninguém sabe realmente e vamos demorar a saber, o quanto existe de petróleo sob a camada ultra profunda. A Petrobrás que é inegavelmente a empresa que detêm a maior tecnologia de extração em águas profundas ainda esta trabalhando, e muito, para poder dar respostas às questões postas. O único campo de que se tem noção do tamanho das reservas é o de Tupi, onde se estima que existam entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo que só poderão ser comprovados a partir de março de 2009, quando serão iniciados os testes com uma nova plataforma contratada pela empresa.
O show de publicidade apresentado dia 2 deste mês, com direito a aparição da “futura presidenta”, foi na camada Pré-sal do Campo de Jubarte, que pouco tem a ver com o que a Petrobrás vai enfrentar na realidade.
Na camada Pré-sal de Jubarte, que fica próximo à costa e de onde já se faz extração, a camada de sal a ser atravessada é de apenas 200 metros e como o óleo está sob a plataforma, os investimentos para esse teste foram de aproximadamente R$ 50 milhões.
No restante do pré-sal a história é outra, os campos estão a até 250 quilômetros da costa e com camada de sal de até 2 quilômetros para ser perfurada. O custo estimado de uma única perfuração para saber a possibilidade de produção é de US$ 100 milhões, só o aluguel de uma sonda para perfuração é US$ 600 mil por dia. Não existem muitos equipamentos para perfuração disponíveis no mundo, e o mercado não está pronto para atender à demanda, não é como ir fazer compra no supermercado.
É um investimento muito alto para algo que ainda é uma operação cercada de muitos problemas e incógnitas que demandam muito estudo e pessoal especializado, mas o “Seu Boneco manda vê e vai pra galera” já pensando em 2010 para a sua substituta e 2014 para o seu retorno triunfal, que é quando devem realmente ser obtidos os primeiros resultados do Pré-sal.

Publicado no jornal O Progresso em 07 de setembro de 2008 em Imperatriz-MA

sábado, 6 de setembro de 2008

O Ome libero



-“Eu defendo, na verdade, o uso do fumo em qualquer lugar. Só fuma quem é viciado.” disse Lula, mostrando autoritarismo e prepotência, achando-se o dono das leis no Brasil. A declaração foi dada quando indagado sobre sua opinião ao projeto federal que proíbe o fumo em lugares fechados, a exemplo do que foi proposto pelo governador José Serra (PSDB), na semana passada.


Publicado no blog Prosa & Política.com.br pelo reporter Giulio Sanmartini.


Como o ome libero o otro aproveito

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Melhor negócio que banco, só banco brasileiro.


Dados publicados esta semana pela Consultoria Economática revelam que o setor bancário foi o mais lucrativo entre as empresas brasileiras de capital aberto no primeiro semestre de 2008. O setor bancário atingiu lucro líquido de R$ 16,579 bilhões de janeiro a junho, superando em R$ 770 milhões o segundo colocado que foi o de petróleo e gás, representado principalmente pela Petrobras, com lucro de R$ 15,809 bilhões.
Os bancos brasileiros superaram inclusive os bancos americanos, pois levando-se em conta a rentabilidade média dos balanços publicados por 23 instituições no Brasil e 81 nos EUA no primeiro semestre deste ano, os bancos brasileiros registraram rentabilidade de 21,7%, enquanto que os bancos americanos atingiram 8,9%.
Se forem comparados os quatro maiores bancos do Brasil como quatros maiores dos Estados Unidos, a diferença aumenta ainda mais.
A rentabilidade dos big four brasileiros no primeiro semestre deste ano é de 28,5%, quatro vezes maior que a dos americanos, meros 7,1%.
Os quatro maiores bancos brasileiros são o Itaú (rentabilidade de 30%), o Unibanco (30%), o Banco do Brasil (27%) e o Bradesco (26,5%). Já os americanos são o Goldman Sachs (23,2%), o JP Morgan Chase (8,5%), o Bank of America (5,8%) e o Citigroup (-11,5%).
Como os bancos brasileiros conseguem essa rentabilidade e esses lucros não é novidade para nós, usuários e clientes das instituições.
- Como nos tornamos o país do crédito fácil, por excesso de dinheiro na mão de poucos, e ainda somos classificados como clientes de alto risco, a fórmula é simples: risco alto, mais crédito fácil, mais demanda aquecida, igual a juros estratosféricos.
De acordo com o Banco Central, os juros do cheque especial em junho chegaram a 159,1% a.a, em julho a 162,7% a.a e vamos ver há quanto fechará em agosto.
O spread, ou ganho dos bancos com a diferença entre as taxas de aplicação e de captação, foi de 24,5% em junho e 25,6% em julho.
O volume global de crédito do sistema financeiro atingiu em julho o recorde histórico de 37% do Produto Interno Bruto (PIB), ou quase R$ 1,086 trilhão. É a maior relação na proporção com o PIB da série iniciada pelo Banco Central em julho de 1994.
- As tarifas bancárias de acordo com uma pesquisa do portal "Vida Econômica", mostra que os bancos continuaram reajustando os preços das tarifas apesar das novas regras, vigentes desde maio, que estabeleceram prazo de 180 dias para mudanças de preços. Foram encontrados aumentos de até 1.150%.
- Os governos municipais, estaduais e federal já pagaram este ano mais de R$ 100 bilhões em juros aos credores da dívida pública, dentre eles, os bancos.
A despesa recorde de juros pagos aos bancos e investidores é explicada por vários fatores, um deles é a alta da inflação que eleva a despesa nos papéis corrigidos por indicadores de preço. Outro fator é da taxa Selic - Taxa básica de juros - com o aperto monetário iniciado em abril, o custo dos papéis que seguem a Selic sobe. No início do ano, a despesa mensal com esses títulos era de cerca de R$ 5 bilhões. Em julho, já estava em R$ 7,7 bilhões. Outros fatores são o constante aumento da dívida pública e as oscilações no cambio.
O Sr. Luís Inácio já afirmou que acha "escorchantes" as taxas de juros praticadas pelos bancos brasileiros, ora, como banco é uma atividade regulamentada, sujeita a estrita fiscalização e controle do poder estatal, basta obrigar o sistema bancário brasileiro a funcionar como o de qualquer país industrializado. O dinheiro depositado de um dia para o outro, ou por poucos dias, se não rende juros ao correntista, não pode render juros aos bancos quando o aplicam junto ao Banco Central. Na contabilidade mais simples os bancos pegam nosso dinheiro depositado, não nos pagam juros algum e emprestam para o governo cobrando juros altos. Como quem paga a conta do governo é a população, nós pagamos juros do nosso próprio dinheiro.

Publicado no jornal O Progresso de Imperatriz em 31.08.08

sábado, 30 de agosto de 2008

A carta de um Homem (sobre as Mulheres)


Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.
Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual.
Isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas... Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo.
Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato são equivalentes a mil viagras.
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem!
Para andar de cara lavada, basta a nossa... sem graça. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.
As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.
Por que razões as cobrem sempre com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras, e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão, e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas é como ter o melhor sofá embalado no sótão.
É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulimíaca e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde.
Entendam de uma vez! Procurem agradar a nós, e não só a vocês; porque nunca terão uma referência objetiva do quanto são lindas e maravilhosas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é simplesmente linda!
As jovens são lindas... mas as de 30 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por Karina Zzocco, Eva Longaria, Angelina Jolie ou Demi Moore, somos capazes de atravessar o Atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas, que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto, uma mulher de 45, que entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento, ou está se auto-destruindo.
Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio, alegres, e que sabem controlar sua natural tendência às culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes); quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se sabota e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.
Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol', nem em Spa... viveram!
O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no!
Cuidem-se!
Amem-se!
A beleza é tudo isto. Tudo junto!
Assinado: UM HOMEM
Autor Desconhecido

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O que não presta a gente manda embora




Na minha infância morei alguns bons anos em Águas de Lindóia, cidade turística no interior do estado de São Paulo. Cidade de águas miraculosas e clima agradável, uma cidade pequena e muito organizada, limpa, bem cuidada com suas ruas e praças sempre limpas, cidade arborizada contava, não sei se ainda conta, com um belo bosque no centro, cortando o caminho da estação termal até à enorme praça que tinha lago com águas dançantes, mini zoológico e até heliporto.
Uma das coisas que sempre me intrigou é que na cidade não tinha cadeia, os mais velhos diziam que “o que não presta a gente manda embora”.
A delegacia local conduzia para a cidade vizinha, a pequena Lindóia que contava com cadeia pública, os meliantes da graciosa Águas de Lindóia.
Este fato guardado na minha lembrança veio à tona hoje, com a extradição do megasuperhiper traficante Juan Carlos Abadía. A analogia com a situação de Águas de Lindóia foi imediata, “o que não presta a gente manda embora”. Claro que não se pode comparar os ladrões de galinhas de Águas de Lindóia enviados para a pequena Lindóia, com o traficante extraditado para os EUA, país onde ele tem um número de condenações muito maior que no nosso.
No Brasil Abadía foi condenado a 30 anos e cinco meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção ativa. Já nos Estados Unidos ele responderá pelos crimes de homicídio, tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, entre outros.
De acordo com o Secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior a extradição se justifica, pois, segundo ele "Temos que causar o maior grau de letalidade possível às organizações criminosas. No caso de Abadia, tenho convicção de que a extradição imediata dele vai cumprir melhor esse objetivo, pois as investigações relacionadas a ele no Brasil já foram esgotadas".
Hoje 22.08 o traficante foi entregue, em solo brasileiro, para policiais americanos que o levaram para responder por crimes cometidos lá na América do Norte.
Para mim, entretanto, ficaram algumas dúvidas:
- Ele foi extraditado pelo motivo alegado pelo Secretário Romeu Tuma Júnior, ou pela ameaça a juízes, autoridades da área de segurança e políticos que seriam alvos de seqüestros e extorsões por parte da quadrilha?
- O diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Wilson Damásio, confirmou à Agência Estado de Notícias que “o objetivo final dos planos de Abadía era mesmo garantir a fuga do presídio em troca da libertação de autoridades feitas reféns". Preso consegue fazer planos em presídio de segurança máxima?
- Em janeiro deste ano Abadía ofereceu US$ 40 milhões ao juiz da 6ª Vara Federal Criminal Especializada de São Paulo, Fausto Martin de Sanctis, em troca de alguns benefícios, dentre os quais a extradição para os EUA. O juiz não só não aceitou a indecorosa proposta de negociata do traficante, como deu o prazo de 48 horas para que ele revelasse onde estaria o dinheiro escondido no Brasil.
Passados oito meses a extradição ocorreu, o acordo com a justiça de São Paulo não foi feito e o dinheiro? O gato comeu?


Publicado no jornal O Progresso em 24 de agosto de 2008 Imperatriz-MA

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Coisas que a vida ensina depois dos 40


Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigado, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor
O amor... Ah, o amor...O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças...
Não há vida decente sem amor! E é certo, quem ama, é muito amado. E vive a vida mais alegremente...
Artur da Távola, pseudônimo de Paulo Alberto Monteiro de Barros, (Rio de Janeiro, 3 de janeiro de 1936 — Rio de Janeiro, 9 de maio de 2008) foi um político, escritor, jornalista brasileiro. Atualmente era apresentador de um programa de música erudita na TV Senado.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Vampiro da sorte



Todos nos sabemos que vampiro é aquele que suga o sangue da sua vítima, levando-a a morte ou ao estado de letargia, para posteriormente ela também, tornar-se vampiro.
O sistema vampiresco, se assim podemos chamar, pode se estender à sorte alheia. Seria algo mais ou menos assim: O vampiro da sorte ao tocar as pessoas “suga” de forma etereal toda a boa energia (sorte) que essa pessoa tem, transferindo esse bom fluido para si.
Existem sérias suspeitas que entre nós, pobres seres mortais brasileiros, existe um vampiro da sorte de grande força e poder. Foram fornecidas algumas pistas e de acordo com as recentes investigações da Federação dos Baixinhos Invocados – FBI está muito próximo de ser descoberto quem é esse ser.
As evidências que demonstram que o “ser” têm muita sorte são:
Todo o mal que acontece a sua volta não o atinge - não importa se alguns de seus principais amigos e colaboradores são acusados de formação de quadrilha; se alguns amigos de seus amigos são pegos com recursos não declarados em local onde ninguém coloca recursos, tipo cueca; Se mensalidades recebidas indevidamente, pagas com recursos também indevidamente arrecadados acontecem e alguém aventa a possibilidade de que ele tenha participação no “sistema”, ele simplesmente fala que não sabia de nada, sobre tudo, e todo mundo acredita. É muita sorte!
Crises mundiais antes recorrentes pararam de ocorrer – O mundo passou, em meados da década de 90 do século passado e início do século XXI, por diversas crises financeiras internacionais que afetaram todos os povos. Após 2003 as crises cessaram e o mundo passou a crescer a taxas incríveis, levando investimentos justamente onde antes era proibido investir. É muita sorte!
As evidências que demonstram que o “ser” suga a sorte alheia são:
- Campeão, o tenista Gustavo Kuerten presenteou-o com uma raquete e nunca mais foi o mesmo. Que falta de sorte!
- O boxeador Popó jamais venceu uma luta importante após presenteá-lo com seu par de luvas. Que falta de sorte!
- O mega-star Lenny Kravitz até sumiu do show-business, após doar ao “ser” sua guitarra famosa. Que falta de sorte!
- O presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, levou ao “ser” uma camisa do time às vésperas da decisão da Copa do Brasil, em 2007, e na final aconteceu o que parecia impossível: perdeu o título para o Figueirense em pleno Maracanã. Que falta de sorte!
- O Corinthians, time para o qual parece que torce, caiu para a segundona logo depois de homenageá-lo uma camisa 10 e seu nome grafado. Que falta de sorte!
- Antes de partir para a última Copa do Mundo, Roberto Carlos foi o único jogador a visitá-lo, levando uma camisa da Seleção autografada pelos craques. O lateral esquerdo ajeitava o meião quando a França marcou o gol que tirou o Brasil da final. Que falta de sorte!
- Após uma campanha espetacular na Copa Libertadores da América, o time do Fluminense recebeu sua visita antes da final com a LDU. No jogo, em pleno Maracanã, o Flu perdeu três pênaltis e o título. Que falta de sorte!
- Há algumas semanas, a antes imbatível seleção masculina de vôlei esteve com o “ser”. Perdeu os dois jogos seguintes diante da torcida brasileira, e o título da Copa do Mundo. Que falta de sorte!
- Diego Hypólito bicampeão mundial de ginástica de solo, e cotado para a medalha de ouro na olimpíada, depois de receber do “ser” um afago na cabeça, caiu e ficou com o sexto lugar. Que falta de sorte!
A FBI pede que aos leitores que souberem de mais evidências, que enviem para o site www.nuncaantesnahistoriadessepais.com.br.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

HORÁRIO ELEITORAL


Preparem-se começou a programação.


Charge enviada por um leitor

domingo, 17 de agosto de 2008

Petrosal




Pode estar surgindo uma nova empresa estatal brasileira a “Petrosal”, empresa incumbida de gerenciar os novos recursos de hidrocarbonetos existentes na região conhecida como pré-sal.
Temos ouvido falar muito do petróleo existente nessa camada pré-sal, mas o que vem a ser essa camada e como surgiu essa reserva?
Não querendo se contrapor ao Sr. Luís Inácio, essa reserva não é uma “chance que Deus está nos dando” e sim uma poupança criada há muito tempo.
Existe uma camada de sal que está enterrada no fundo do mar servindo de tampão para que organismos microscópicos que se depositaram no mar primordial, formado pelo afastamento dos continentes sul-americano e africano, se tornassem petróleo.
Há 200 milhões de anos existia a Gondwana, a África e a América do Sul eram unidas, faziam parte do supercontinente do sul, que quando se rompeu para formar o que é hoje o nosso oceano atlântico, gerou inicialmente vários mares rasos que receberam algas e microorganismos chamados de fitoplâncton e zooplâncton. Quando da evaporação da água nestes mares rasos, essas algas e microorganismos morreram e foram enterrados. Com o passar do tempo, sob pressão, transformaram-se neste petróleo que hoje é a nossa poupança esperando ser resgatada.
O grande problema que se debate hoje é: quem resgatará essa poupança? A Petrobrás, empresa nacional, mas com forte participação de capitais estrangeiros ou uma nova empresa estatal a ser criada pelo governo?
Este debate não pode ficar nos palanques eleitoreiros dando margem a arroubos populistas e sim ser debatido técnica e financeiramente.
A Petrobrás estima que o Brasil possa passar da 24º posição no ranking dos países com as maiores reservas de óleo e gás no mundo para o 8º ou 9º lugar, caso se confirmem às estimativas preliminares sobre as acumulações na camada de pré-sal. Isto representaria um crescimento dos atuais 14,4 bilhões de barris de óleo para algo entre 70 bilhões e 107 bilhões de barris.
É de se esperar que com o preço do barril nas alturas, e com tendência a aumentar ainda mais no longo prazo, a “briga” para ver quem vai explorar, e portanto lucrar, com essa poupança seja grande, e envolva diversos “outros interesses”.
Uma das sugestões é a utilização do modelo norueguês, onde o governo possui duas estatais no setor petrolífero. Uma é a Statoil, similar à Petrobrás, explora petróleo é controlada pelo governo e tem parte de seu capital nas mãos de investidores privados. A outra é a Petoro, estatal que administra as reservas de petróleo, mas não explora, portanto, não concorre diretamente com a outra empresa.
A Petoro define onde explorará petróleo, faz licitações para contratar empresas que realizem a prospecção e estabelece como a companhia exploradora será remunerada, se por meio de participação ou partilha.
Além dessa preocupação, não devemos esquecer de outro problema que certamente rondará nossas cabeças com a receita dos dólares ou euros que entrarão no país, a doença holandesa ou “mal dos recursos naturais”.
Publicado no jornal O Progresso em 17 de agosto de 2008 - Imperatriz-MA

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Diminuição da pobreza ou aumento da Mais-valia?


Esta semana um dos assuntos que chamou a atenção na mídia foi uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, informando que diminuiu o número de pobres no Brasil, grande notícia, ótima notícia, digo mais, excelente notícia.
O estudo, com acesso livre através do site http://www.ipea.gov.br/, que compreende o período de 1992 a 2008, foi realizado nas seis regiões metropolitanas do país que representam 37,1% do PIB nacional e 25,4% da população residente, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro Salvador e São Paulo, e classifica como pobre o indivíduo que tem renda mensal de até meio salário mínimo (R$ 207,50) e o rico, aquele possui renda mensal igual ou superior a 40 salários mínimos (R$ 16.600,00).
Movido pela alegria com a boa nova, fui verificar os dados constantes na pesquisa e pude observar que as notícias são boas, mas não tão boas assim, depende do ponto de vista e da análise feita.
Os dados divulgados na imprensa, sobre os quais se noticiou que a pobreza diminuiu, são do período de 2002 a 2008, pois devido às mudanças ocorridas na Pesquisa Mensal de Empregos – PME (base para o estudo realizado), os dados anteriores a 2002 ficam estatisticamente inviáveis para comparação.
Essa mudança não permite deparar este período de crescimento econômico com o outro período de crescimento recente, do Plano Real, quando houve significativa diminuição nos índices de pobreza.
Assim fica fácil falar, “nunca antes na história desse país”.
Outro ponto que deve ser analisado é a evolução dos ricos nas mesmas regiões.
De acordo com o estudo, no ano de 2003, o percentual das pessoas pertencentes às famílias com rendimento de 40 e mais salários mínimos mensais sofreu uma redução de 20% (de 1,0% para 0,8%) e permaneceu estável no ano de 2004 e voltou a crescer a partir de 2005. Em 2007, já encontrava-se no mesmo patamar de 2002 e, em 2008, a estimativa é que permanecerá estável.
Se os pobres estão diminuindo e os ricos aumentando há de se supor que a sociedade em geral esta melhorando de vida, que a renda gerada nesse momento de crescimento esta sendo melhor distribuída e que o sonho de distribuição de renda e diminuição da mais-valia esta ocorrendo.
Ledo engano, o estudo mostra também, mas não foi divulgado na mídia, que a relação produtividade salário esta em clara desigualdade a favor dos ricos.
A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE indica que entre 2001 e 2008, a produção física na indústria brasileira aumentou em 28,1%, com ganhos de produtividade do trabalhador de 22,6%. A folha de pagamento por trabalhador em contrapartida, cresceu, em termos reais, 10,5% no mesmo período de tempo.
Segundo o IPEA “por conta disso, o Custo Unitário do Trabalho (CUT) — entendido como a razão entre o rendimento real médio por trabalhador ocupado e a produtividade, apresentou queda de 10,2% no mesmo período de tempo. Noutras palavras, a remuneração dos trabalhadores não tem acompanhado plenamente os ganhos de produtividade da indústria brasileira.” e “naturalmente, essa diferença não absorvida pelos trabalhadores contribuirá negativamente para a distribuição de renda no Brasil”, ou seja, estamos produzindo mais e ganhando menos proporcionalmente.
Estamos menos pobres sim, mas deveríamos estar menos pobres ainda mais, a mais-valia tem aumentado e não é sentida, pois, recebemos em troca a possibilidade de comprar uma TV LCD nova, um carrinho financiado em 60 meses e como disse o Sr. Luis Inácio, uma blusinha no shopping.
E esse enriquecimento não é só na indústria não, viram os lucros dos bancos no 1º semestre deste ano?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

El 'dossier' brasileño

No dia 31 de julho a revista colombiana Cambio, edição 787 publicou em matéria de capa a relação PT/FARC, denominando de Dossiê Brasileiro, veja a revista no endereço eletrônico http://www.cambio.com.co/787/index.html .
A matéria baseou-se em e-mails encontrados no computador de Raul Reyes, segundo homem das FARC, que foi morto em ação do governo colombiano, gerando crise com os governos da Venezuela e Equador.
Nos e-mails são mencionados "cinco ministros, um procurador-geral, um assessor especial da Presidência, um vice-ministro, cinco deputados, um vereador e um juiz superior" brasileiros: O ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, a deputada distrital Erika Kokay, o chefe de Gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, o subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano, o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e o assessor presidencial Selvino Heck.
A revista inicia seu relato contando que o presidente da Colômbia Álvaro Uribe informou ao Sr. Luis Inácio na tarde de 19 de julho, enquanto degustavam uma aguardente da Antioquia, da existência dos arquivos que comprometiam cidadãos e funcionários do seu governo com as FARC.
No dia 27 de julho em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo o ministro da Defesa da Colômbia Juan Manuel Santos, confirmou que o governo colombiano havia informado ao Sr. Luis Inácio sobre o tema. "Há uma série de informações de conexões que entregamos ao governo brasileiro para que possa atuar como considere mais apropriado", disse Santos, entretanto sem mencionar se havia políticos e funcionários do governo nas informações.
As declarações do Ministro foram respondidas de forma imediata por Marco Aurélio Top Top García, assessor de política internacional do governo, que qualificou como irrelevantes os dados informados pelo governo colombiano. Claro que não se sabe com o nível de detalhe que foi informado o Sr. Luis Inácio. Pode ser que desta vez ele não saiba, ou que não tenha entendido direito o que disse o presidente Uribe.
A revista Cambio teve acesso a 85 e-mails, que entre fevereiro de 1999 e fevereiro de 2008, circularam entre 'Tirofijo' ex-comandante em chefe, 'Raúl Reyes', ou “Mono Jojoy' o segundo na hierarquia, 'Oliverio Medina' - delegado das FARC no Brasil - e dois homens identificados como 'Hermes' e 'José Luis'.
O personagem central dos correios é 'Oliverio Medina', também conhecido como 'El Cura Camilo', um sacerdote que ingressou nas FARC em 1983 e que rapidamente chegou a ser secretário de 'Tirofijo'. Veio para o Brasil como delegado especial das FARC em 1997, voltando novamente para a Colômbia para tornar-se chefe de imprensa do grupo. Retornou ao Brasil em 2002 para continuar sua missão de “Embaixador das FARC no Brasil” até agosto de 2005 quanto foi preso por pressão das autoridades colombianas. Preso mas não extraditado, pois, conseguiu a condição de refugiado político, segundo o texto, através de amigos sindicalistas, congressistas, ministros, advogados e personalidades.
Os e-mails relatam casos de financiamentos, de “solidariedades” financeiras recebidas por Medina, da rede de proteção para a não extradição do “embaixador”, da nomeação da esposa do Padre Medina - Angela Maria Slongo ou La Mona - na Secretaria, hoje Ministério, da Pesca, do giro pelo Brasil de guerrilheiros, de encontro com assessores palacianos e ministros.
Algumas das pessoas citadas já negaram, via imprensa, a participação ou auxilio de alguma forma às FARC.
- Da para negar a relação FARC/PT se ela vem desde 1990 com o Foro São Paulo? Não, basta ler o pronunciamento do presidente Lula em 07/2005, acessado o site http://www.info.planalto.gov.br/download/discursos/pr812a.doc. e ler a revista Veja edição 2045 em http://veja.abril.com.br/300108/p_060.shtml.
- Por que o Brasil diplomaticamente reconhece as FARC como força beligerante e não como grupo terrorista? As FARC são conhecidas como traficantes de drogas, o nosso ilustre prisioneiro Fernandinho Beira-Mar foi preso na Colômbia numa região dominada pela guerrilha, são seqüestradores, vide caso Ingrid Bettancourt, e etc.
Alguém do governo, por favor, explique essa relação ou desminta.

domingo, 3 de agosto de 2008

Lula para Presidente



A consultoria argentina Giacobbe e Associados entrevistou mil argentinos na última semana e concluiu que o presidente Lula está à frente numa pesquisa de opinião sobre a imagem dos líderes americanos entre os argentinos. A pesquisa revelou que Lula tem 56,1% de imagem positiva e 5,8% de negativa. Em segundo lugar, com quase 20% a menos que o líder brasileiro, aparece a presidente do Chile, a socialista Michelle Bachelet. Ela recebeu 39,6% de positiva e 6,2% de negativa. Em último lugar está o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, com 9,1% de imagem positiva e 60,9% negativa. As informações são da BBC Brasil.

Devido ao sucesso do presidente na Argentina lanço a campanha:

LULA LÁ ...NA ARGENTINA

Imaginem como seria bom o Sr. Luis Inácio governando nossa maior "amiga" do Mercosul.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Comprei! Mas pagar...




“Eu não vou diminuir o consumo neste país, porque se tem uma coisa que o povo pobre passou a vida inteira esperando é o direito de comer três vezes ao dia, o direito de entrar num shopping e comprar uma roupinha, comprar alguma coisa e isso nós vamos garantir.” Lula”
O Sr. Luis Inácio não deve conhecer nenhuma proposição, entre a enorme quantidade de definições existentes, do que é economia enquanto ciência.
A que melhor resume o seu significado é: A economia é a ciência que estuda as vontades ilimitadas frente a recursos limitados, e essa dicotomia é o motivo do crescimento da nossa economia nos últimos anos, eu explico.
Enquanto o mundo crescia a passos largos o Brasil estava ficando pra traz, a economia mundial estava aquecida e nos não estávamos sentindo esse aquecimento aqui nas terras “descobertas” por Cabral, isso porque nosso parque industrial não recebia estímulos para crescer devido às altas taxas de juros praticadas. Por que o empresário iria aplicar seu dinheiro na produção, correndo os riscos, pagando impostos, contratando funcionários, etc., se ele podia usar seu capital para girar e ganhar no mercado financeiro. Assim fizeram os empresários e aplicaram tanto que começou a sobrar dinheiro no mercado, ora se tem dinheiro sobrando e os juros são altos tem que se fazer algo para que os juros não caiam e o dinheiro continue rendendo dinheiro.
A grande solução foi emprestar para o pobre, pobre não percebe juros altos se a parcela for pequena, se caber no bolso. Dessa ação iniciou-se o alargamento nos prazos de pagamentos, os carnezinhos passaram a ganhar mais páginas, pobre passou a ter cartão de crédito para pagar em parcelas seus sonhos de consumo, os aposentados, pensionistas e funcionários públicos “ganharam” o direito de fazer empréstimos “baratinhos”, desde que descontados na fonte, ou seja, a ciranda financeira levou as classes D e E para o consumo e incentivou ainda mais a volúpia consumista das classes C e B.
Estava resolvido o problema, as vontades ilimitadas passaram a ser atendidas, não pela geração de recursos, mas pela facilidade de pagamento.
Agora sim dá pra comprar aquela geladeira nova, a prestação significa só 10% do salário, e levando também aquele aparelho de som tão desejado aumenta só mais um pouquinho na parcela e ainda a loja divide em mais vezes, dá pra levar, afinal pobre é assim mesmo, se não dever não tem.
E o carro então, agora dá para comprar o tão sonhado carrinho para levar a família pra passear no domingo, afinal eles dividem em 60 meses, nem precisa dar entrada e a primeira é só pra daqui a 90 dias. Um apertinho aqui, mais outro apertinho ali e veio geladeira, TV de LCD, aparelho de som, carro, e tudo o mais que o sonho conseguiu alcançar com as prestações. Essas compras todas aqueceram a economia, que acabou por gerar mais empregos, que gerou mais compras, que agora infelizmente não dá para gerar mais empregos, porque os empresários não investiram nas empresas e não tem como aumentar a produção. O resultado é simples, tendo como comprar, mas não como produzir os preços aumentam, é a chamada inflação de demanda que esta ai batendo a nossa porta, elevando principalmente os preços dos alimentos, devido à conjuntura internacional.
Agora a prestação que dava pra pagar, apertando aqui e ali, ficou pesada, pois, o povo ou come ou paga a prestação. Como é impossível ficar sem comer, vamos começar a ver nos noticiários: Aumenta o índice de inadimplência; Aumenta a inclusão de pessoas no SPC – SERASA, etc.
Vai ficar mais difícil ir ao shopping comprar uma roupinha.


Publicado no jornal O Progresso em 27 de julho de 2008 Imperatriz-MA

sábado, 26 de julho de 2008

Uma mulher escreveu pedindo dicas sobre como arrumar marido rico.

Ela:
Sou uma garota linda (maravilhosamente linda) de 25 anos. Sou bem articulada e tenho classe. Estou querendo me casar com alguém que ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano.
Tem algum homem que ganhe 500 mil ou mais neste site, ou esposas de gente que ganhe isso e possa me dar algumas dicas?
Já namorei homens que ganham por volta de 200 a 250 mil, mas não consigo passar disso, e 250 mil não vão me fazer morar em Central Park West. Conheço uma mulher da minha aula de ioga que casou com um banqueiro e vive em Tribeca, e ela não é tão bonita quanto eu, nem é inteligente.
Então, o que ela fez de certo que eu não fiz? Como eu chego ao nível dela?
Rafaela S.

Ele:
Li sua consulta com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu caso e fiz uma análise da situação.
Primeiramente, não estou gastando o seu tempo, pois ganho mais de 500 mil por ano. Isto posto, considero os fatos da seguinte forma: o que você oferece, visto da perspectiva de um homem como você procura, é simplesmente um péssimo negócio.
Eis o porquê: deixando as firulas de lado, o que você sugere é uma negociação simples. Você entra com sua beleza física e eu entro com o dinheiro.
Proposta clara, sem entrelinhas.
Mas tem um problema.
Com toda certeza, a sua beleza vai decair e um dia acabar, e o mais provável é que o meu dinheiro continue crescendo. Assim, em termos econômicos, você é um ativo sofrendo depreciação, e eu sou um ativo rendendo dividendos. Você não somente sofre depreciação como essa depreciação é progressiva, sempre aumenta!
Explicando: você tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos próximos 5 a 10 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano, e de repente, se você se comparar com uma foto de hoje, verá que já estará um caco. Isto é, você está hoje na 'alta', na época ideal de ser vendida, não de ser comprada.
Usando o linguajar de Wall Street, quem a tem hoje deve tê-la em trading position (posição para comercializar), e não de buy and hold (compre e retenha), que é o para quê você se oferece...
Portanto, ainda em termos comerciais, casamento (que é um buy and hold) com você não é um bom negócio a médio/longo prazo, mas alugá-la pode ser, e, em termos sociais, um negócio razoável que podemos cogitar é namorar.
Cogitar... Já cogitando, e para certificar-me do quão 'articulada, com classe e maravilhosamente linda' você seja, eu, provável futuro locatário dessa 'máquina', quero o que é de praxe: fazer um test drive...
Posso marcar?
Publicado em um site financeiro de Nova Iorque

terça-feira, 22 de julho de 2008

Inflação pra ninguém botar defeito


(Giulio Sanmartini) O Zimbabwe é um país africano mediterrâneo (390 mil km² e 11 milhões de habitantes) cuja capital é Harare, fica encravado entre o Moçambique, Zâmbia, Botswa e África do Sul.
Sua economia baseia-se numa pequena produção agrícola e a exploração estrativa de metais. No Índice de Desenvolvimento Humano ocupa o 129° lugar (entre 174 países). Todavia distingue-se pela alta taxa de inflação 2,2 milhões %. A crise econômica que está devastando o país agravou-se depois dos últimos acontecimentos políticos e o isolamento do país após as eleições trapaceadas que reconfirmaram o ditador presidente Mugabe.
O Banco Central do país acabou de colocar em circulação a nota de papel moeda no valor incrível de 100 bilhões de dólares do Zimbabwe, algo como R$ 1,50, que consegue tão somente comprar 4 laranjas.
Na fotografia pode-se ver o garçom dando o troco de uma refeição, consumida num bar de Harare.
Publicado no blog Prosa & Política

Piada do dia

Em Araraquara....
O diretor da Penitenciária Estadual, com ajuda de um megafone, diz aos presos no pátio:
- Atenção, cambada! Chega de moleza, seus vagabundos! Quero ver todo mundo varrendo e limpando toda essa bagunça! Amanhã, logo de manhã, chega aqui o presidente Lula!!!
Imediatamente um dos presos comenta com outro:
- Caceta! Custou, mas prenderam esse filho da #$&%.
Publicado no blog Prosa & Política

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pura perseguição aos pobres banqueiros


Em junho de 2000 aconteceu algo inusitado no Brasil, o banqueiro Salvatore Cacciola controlador do Banco Marka foi preso pela Polícia Federal no Rio Grande do Sul e transferido para o Rio de Janeiro, tornou-se o primeiro banqueiro do país a dormir na cadeia. Libertado após 37 dias, beneficiado por habeas corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio de Mello, viajou para a Itália onde passou a viver, até ser detido pela Interpol quando fazia um passeio romântico pelo Principado de Mônaco. Ficou preso lá sob a acusação de foragido da justiça brasileira até ser extraditado para o Brasil esta semana.
Chegou argumentando que não é foragido, pois, quando deixou o país não fugiu, pelo contrário saiu de forma legal com passaporte carimbado e tudo o mais, depois é que refogaram o habeas corpus, quando ele já estava em solo italiano e como ele também é cidadão italiano ficou por lá. O ministro do Supremo Tribunal Federal S.T.F. Joaquim Barbosa confirmou que “tecnicamente”, o ex-banqueiro esta certo ao dizer que não era foragido.
Que perseguição ao pobre ex-banqueiro! Condenado a treze anos de prisão por peculato e gestão fraudulenta.
Em novembro de 2004 o Banco Central decretou intervenção no Banco Santos e dois processos começaram a correr contra os controladores do banco, um deles conduzido pela Justiça federal e pelo Juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal. Em maio de 2006 o Juiz Martin de Sanctis decretou e a Polícia Federal cumpriu a prisão preventiva do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, antigo controlador do Banco Santos, sob a acusação de ocultar o destino de obras de arte suas que estavam fora do país, de tentar obstruir a Justiça e de ocultar peças de sua coleção. Em agosto a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal determinou a libertação do ex-banqueiro, que ficou preso 88 dias na penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba em São Paulo. Por 4 votos a 1, a turma concluiu que a prisão de Edemar não estava devidamente fundamentada.
Em 16 de dezembro do mesmo ano, o mesmo Juiz Martin de Sanctis, decretou novamente a prisão do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, de seu filho, Rodrigo Cid Ferreira e quatro ex-executivos do banco por gestão fraudulenta e outros delitos, como evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Em 27 do mesmo mês o, na época vice-presidente, e atual presidente do S.T.F. Ministro Gilmar Mendes concedeu habeas corpus para que o ex-banqueiro e seu filho respondessem os processos em liberdade.
Que perseguição ao pobre ex-banqueiro!
Agora vemos novamente um banqueiro envolvido, melhor dizendo, acusado de envolvimento com atitudes ilícitas, fraudes financeiras, corrupção ativa, sonegação fiscal, desvio de recursos públicos, formação de quadrilha, etc. O Juiz Martin de Sanctis manda a Polícia Federal prender, a polícia prende e o Ministro Gilmar Mendes do S.T.F. manda soltar. O Juiz manda prender novamente, a polícia prende, o Ministro manda soltar novamente. Sabe qual será a conclusão de mais esse caso envolvendo banqueiros, a Justiça Federal Criminal, a Polícia Federal e a Suprema Corte?
Que perseguição ao pobre banqueiro!

Publicado no jornal O Progresso de 20 de julho de 2008 - Imperatriz MA

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Quase uma Superpotência – Financial Times



Se não fosse o quase...
O Financial Times, principal jornal do Reino Unido que trata de economia e finanças, publicou um artigo sobre o Brasil no dia 08 deste mês. De acordo com a matéria o país está a um passo de entrar no grupo das chamadas superpotências “não é exagero dizer que o Brasil está em vias de adquirir o status de superpotência”, escreve o jornal no caderno especial de seis páginas sobre o país.
“Em uma época de crescente demanda global por alimentos e energia, o Brasil está em uma posição única”, diz o jornal. “Já é o maior produtor mundial de quase qualquer produto agrícola (nem tanto, o articulista esqueceu do trigo), inclusive etanol feito da cana-de-açúcar, o Brasil é o quarto maior fabricante de veículos e logo se tornará um importante exportador de petróleo”.
O Programa Bolsa Família e as ações no combate à sonegação fiscal são citados como elementos positivos, e olhe que ainda não tinha vindo a tona o caso Daniel Dantas. O jornal faz questão de frisar que apesar do status de superpotência parecer ser alcançável, o país deve ter em mente “que ainda não chegou lá” e que essa posição ainda “não está garantida”, pois, faltam ainda sérios ajustes a serem feitos. “A Infra-estrutura do país é uma bagunça”, afirma o jornal, destacando a “inadequação” dos sistemas públicos de saúde e educação. Neste ponto o termo “bagunça” é até atenuante para a situação caótica na qual vivemos. No tocante à saúde basta citar o caso que vem ocorrendo em Belém do Pará com os bebes que morrem na UTI como moscas atacadas por inseticidas, as dúzias. Quanto à educação é um absurdo a quantidade de vagas de emprego que não estão sendo preenchidas por falta de qualificação, ou seja, escola, não tem emprego por que não tem estudo. A matéria critica ainda, entre outros problemas, a burocracia que as empresas enfrentam.
O jornal faz elogios à estabilidade alcançada pela economia brasileira “as notas da nova prosperidade do Brasil foram lançadas na administração de (Fernando Henrique) Cardoso e criticadas ruidosamente pelo PT, então oposição, mas no governo (Luís Inácio) Lula da Silva e seus assessores viram o valor, especialmente para os pobres, da inflação baixa e de uma economia estável”.
O artigo ressalta ainda que algumas prioridades do governo de Fernando Henrique Cardoso, “especialmente a reforma dos sistemas de aposentadoria, impostos e de trabalho ainda devem ser feitas” e estariam ai alguns dos “grandes desafios” a serem enfrentados pelo país.
O mundo acordou para o Brasil, está vendo agora o país não mais somente como um grande exportador de commodities baratas para serem trocadas por produtos industrializados, mas um país que pode e deve se inserir no mercado global de forma mais participativa e valorizando seus bens naturais. Podemos atingir o patamar de ser uma superpotência, mas nunca seremos se continuarmos a ter unicamente política de governo e não termos política de Estado. A política de governo muda ao sabor dos acontecimentos, a política de Estado é perene.
O Brasil tem que ter a vontade de ser grande proporcional ao seu tamanho e potencialidade.


Publicado no jornal O Progresso em 13 de julho de 2008 - Imperatriz MA

domingo, 6 de julho de 2008

Preocupação ou alarmismo?





O ministro Mantega tem dito que estão fazendo alarmismo com os índices de inflação discutidos pela imprensa falada e escrita. De acordo com o ministro “Está havendo um certo exagero em analisar a inflação brasileira. Não há necessidade de alarmismo. Há uma elevação sim, mas é uma elevação moderada. Temos armas para evitar a inflação”. Deve ser para evitar alarmismos que o IPEA decidiu não divulgar mais as estimativas de inflação, só divulgando quando for conveniente.
Já o Sr. Luís Inácio, que desta vez não tem como por a culpa no governo anterior, afirma que há uma crise sim e que a culpa é dos gringos. No fórum especial do Mercosul ele afirmou que os 400 bancos europeus e americanos são os responsáveis pela crise; que não devemos aceitar a culpa que nos querem impingir quando culpam os biocombustíveis pela alta dos alimentos.
Desse jeito, daqui a pouco, vão dizer que inflação é coisa de aloprado, que basta o congresso fazer uma CPI para descobrir de quem é a culpa e pronto; é só não achar culpado que acaba a inflação.
Nas crises do petróleo em 1973 e 1979 o Brasil cometeu o erro de achar que a crise era passageira, que não dando a devida atenção não seriamos atingidos, vivíamos o Milagre Brasileiro, nada poderia nos atingir, estávamos blindados contra a crise, “esse é o país que vai pra frente”. Quem tem mais de 30 anos ou já estudou a história recente do país, sabe no que deu. E olhe que naquele tempo nem estávamos globalizados como estamos hoje, o mundo tinha outra dinâmica, as interações entre as economias dos países seguia um ritmo bem mais lento e distante.
O ministro Mantega disse também, completando sua fala anterior, que “a tendência é que a inflação continue tendo elevação, que continue havendo essa contaminação de outros preços da economia, mas ela volta a uma tendência decrescente no ano que vem”. Para verificar essa tendência analisemos o IGP-M que apesar de não ser o índice oficial de inflação, nos permite visualizar a economia do país, pois, ele contempla o índice de Preços por Atacado (IPA), que tem peso de 60% do índice, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% e o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), que tem peso 10%.
Observando a inflação acumulada nos últimos doze meses podemos notar que ela é crescente, era de 3,896% em junho de 2007, passou para 7,746% em dezembro do mesmo ano e chegou a 13,438% no mês passado, isso nos mostra uma tendência segura e constante de alta.
Quanto à inflação acumulada no ano de 2008 já chegamos ao acumulado de 6,818% até o mês de junho e estamos bem próximos da inflação acumulada em todo o ano de 2007 que foi de 7,746%.
Não é alarmismo é preocupação.


Publicado no jornal O Progresso de Imperatriz em 06 de julho de 2008













domingo, 29 de junho de 2008

Revalidação Eleitoral




Estamos em época pré-eleitoral e acontecem fatos que para o período são normais, as cidades estão mais bonitas, as ruas recebem tratamento de asfalto cobrindo seus buracos, as guias são limpas e pintadas de branco, o mato cortado e a grama aparada nas praças públicas, reformas em postos de saúde, em escolas, em prédios públicos em geral, são observadas em todos os bairros. Inaugurações de obras como novas ruas e estradas asfaltadas, pontes e viadutos, escolas e hospitais, acontecem todos os dias, se inaugura até obra que nem começou.
Por que tudo isso? Simplesmente porque as eleições vêm ai, os gestores públicos são picados pelo mosquito da urgência ou são infectados pela bactéria da necessidade social e correm para atender, senão todos mas pelo menos os mais visíveis, desejos da população. Correm, trabalham, inauguram, com um único objetivo, conquistar novamente o voto dos eleitores para continuar no cargo, neste pleito o de Prefeito, mas esse fenômeno ocorre também quando o pleito é para Governador de Estado e para Presidente da República. Quem não lembra do recapeamento das estradas do país em 2006?
Não é errado o gestor público fazer essas ações, aliás, é obrigação, mas temos que levar em conta a motivação. Se o gestor público se sente motivado a trabalhar somente ou principalmente na época que antecede as eleições poderíamos criar um sistema que o estimulasse durante todo o tempo, durante todo o seu período frente ao executivo e esse sistema não é assim tão improvável ou impossível com a ajuda da tecnologia.
O Brasil é hoje o país que detêm a melhor tecnologia no mundo em se tratando de eleições, a urna eletrônica. Com ela os custos foram barateados, a velocidade de apuração é incrível e a segurança (espero) é formidável.
Como o gestor se sente imbuído a trabalhar mais, antes de encarar as urnas, vamos fazer com que ele as encare todos os anos, convocando a população a votar SIM ou NÃO pela continuidade do gestor.
O sistema seria mais ou menos assim: depois da aprovação da Prestação de Contas do ano anterior, pelo Tribunal de Contas, seriam realizadas as Revalidações Eleitorais, nelas os eleitores votariam sim ou não pela continuidade do gestor frente ao executivo. Em recebendo o voto sim, continuaria no cargo até a próxima revalidação e assim sucessivamente até o término do seu mandato que continuaria sendo de quatro anos. Caso o voto recebido seja o NÃO o gestor passaria o cargo para o presidente do legislativo que convocaria novas eleições, num período curto de tempo, para um mandato tampão, até as próximas eleições.
Alguém ligado às leis atuais e não disposto a pensar novas formas pode argumentar que já existe um meio legal de cassação do mandato do poder executivo que é o impeachment Concordo, mas só estou pensando uma outra forma, que dependa mais do povo, pois, o impeachment é um processo demorado, onde políticos vão julgar políticos e depois das CPI’s que assistimos, com resultados temperados a orégano, estou como gato escaldado, com medo de água fria.



Publicado no jornal O Progresso de Imperatriz - MA em 29 de junho de 2008

domingo, 22 de junho de 2008

Torre de Pizza


Não, não há engano, é Torre de Pizza mesmo e não Torre de Pisa, isto é o que acabou virando o Congresso Nacional. O assunto de hoje não é novo, pois ocorreu no início do mês, mas não poderia deixar de comentar sobre ele, já que passou meio despercebido devido a outros escândalos que afloraram na imprensa nacional e internacional, nesse mês cheio de acontecimentos bombásticos.
Está ainda rolando o caso Varig-log, envolvendo o 1º “cumpadre” - Roberto Teixeira, a futura candidata à presidência em 2010 e mãe do PAC – Dilma Rousseff, e a sutil fumadora de charutos e revanchista – Denise Abreu. Houve também o caso do propinoduto na polícia carioca com a prisão do deputado estadual e ex-secretário de Segurança Pública, Álvaro Lins, e citação de sérias suspeitas do envolvimento da ex-governadora Rosinha e do ex-governador Garotinho. Tem até um outro caso, que nem foi tão citado, mas que vai com certeza redundar em futura CPI, que foi o caso da alteração no Plano Geral de Outorgas (PGO) para favorecer a fusão das teles OI com a Brasil Telecom; se a lei não permite, muda-se a lei. Não posso esquecer a notícia da semana, que foi a barbárie do morro da Providência, no Rio de Janeiro, envolvendo integrantes do Exército Brasileiro, que estava onde não devia, fazendo o que não podia. Peço desculpas ao leitor se esqueci de mais algum, mas é que são tantos que algo escapa. Mas vamos falar sobre o tema de hoje, que foi o encerramento da CPI dos Cartões Corporativos no dia 05 passado.
Por 14 votos a 7, o relatório do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) foi aprovado sem nenhum indiciamento, o que quer dizer que ninguém fez nada de errado e que essa CPI foi só mesmo para “inglês ver”. Nem sequer o caso do dossiê dos gastos do governo passado, que resultou na “forte ação de destituir” o ex-auxiliar do Zé Dirceu da Casa Civil numa punição exemplar foi citado, ou seja, nem aconteceu, foi tudo invenção das cabeças de alguns políticos e jornalistas aloprados.
Mas o relatório foi cruel com os ministros do governo atual, pois apontou “equívocos” nos gastos com os cartões e mandou que devolvessem o dinheiro gasto indevidamente; nos botecos, conhecemos essa conta como “se colar colou”, mas não colou. Agora não entendi o critério adotado, pois os mesmos “equívocos” cometidos pelos ministros do governo passado foram tachados pelo relator de “erros graves”.
Depois de quase três meses, exatos 87 dias foram rejeitados 39 requerimentos de convocação de pedidos de informações sigilosas e aprovados 51 pedidos de informações que já eram públicas. Quanta austeridade.
A pizza correu solta e nós, que nem comemos, pagamos a conta. Deveriam renomear os salões do congresso, nada de Salão Verde, Salão Negro, Salão isso ou aquilo. Muito mais prático se colocassem Salão Mozarela, para assuntos mais corriqueiros; Salão Mezzo a Mezzo, para quando forem fazer um meio a meio; Salão Calabresa, quando o assunto for grosso; Salão Portuguesa, quando forem tratar de alguma trapalhada (me desculpem os portugueses); Salão Atum, quando o assunto não cheirar bem, e daí por diante. Seria mais apropriado e já daria à população uma indicação de qual sabor seria a CPI da vez.

Publicado no jornal O progresso em 22 de junho de 2008, Impeatriz - MA