segunda-feira, 14 de julho de 2008

Quase uma Superpotência – Financial Times



Se não fosse o quase...
O Financial Times, principal jornal do Reino Unido que trata de economia e finanças, publicou um artigo sobre o Brasil no dia 08 deste mês. De acordo com a matéria o país está a um passo de entrar no grupo das chamadas superpotências “não é exagero dizer que o Brasil está em vias de adquirir o status de superpotência”, escreve o jornal no caderno especial de seis páginas sobre o país.
“Em uma época de crescente demanda global por alimentos e energia, o Brasil está em uma posição única”, diz o jornal. “Já é o maior produtor mundial de quase qualquer produto agrícola (nem tanto, o articulista esqueceu do trigo), inclusive etanol feito da cana-de-açúcar, o Brasil é o quarto maior fabricante de veículos e logo se tornará um importante exportador de petróleo”.
O Programa Bolsa Família e as ações no combate à sonegação fiscal são citados como elementos positivos, e olhe que ainda não tinha vindo a tona o caso Daniel Dantas. O jornal faz questão de frisar que apesar do status de superpotência parecer ser alcançável, o país deve ter em mente “que ainda não chegou lá” e que essa posição ainda “não está garantida”, pois, faltam ainda sérios ajustes a serem feitos. “A Infra-estrutura do país é uma bagunça”, afirma o jornal, destacando a “inadequação” dos sistemas públicos de saúde e educação. Neste ponto o termo “bagunça” é até atenuante para a situação caótica na qual vivemos. No tocante à saúde basta citar o caso que vem ocorrendo em Belém do Pará com os bebes que morrem na UTI como moscas atacadas por inseticidas, as dúzias. Quanto à educação é um absurdo a quantidade de vagas de emprego que não estão sendo preenchidas por falta de qualificação, ou seja, escola, não tem emprego por que não tem estudo. A matéria critica ainda, entre outros problemas, a burocracia que as empresas enfrentam.
O jornal faz elogios à estabilidade alcançada pela economia brasileira “as notas da nova prosperidade do Brasil foram lançadas na administração de (Fernando Henrique) Cardoso e criticadas ruidosamente pelo PT, então oposição, mas no governo (Luís Inácio) Lula da Silva e seus assessores viram o valor, especialmente para os pobres, da inflação baixa e de uma economia estável”.
O artigo ressalta ainda que algumas prioridades do governo de Fernando Henrique Cardoso, “especialmente a reforma dos sistemas de aposentadoria, impostos e de trabalho ainda devem ser feitas” e estariam ai alguns dos “grandes desafios” a serem enfrentados pelo país.
O mundo acordou para o Brasil, está vendo agora o país não mais somente como um grande exportador de commodities baratas para serem trocadas por produtos industrializados, mas um país que pode e deve se inserir no mercado global de forma mais participativa e valorizando seus bens naturais. Podemos atingir o patamar de ser uma superpotência, mas nunca seremos se continuarmos a ter unicamente política de governo e não termos política de Estado. A política de governo muda ao sabor dos acontecimentos, a política de Estado é perene.
O Brasil tem que ter a vontade de ser grande proporcional ao seu tamanho e potencialidade.


Publicado no jornal O Progresso em 13 de julho de 2008 - Imperatriz MA

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