Para os que acham que a crise financeira instalada esta semana é o início do fim do sistema capitalista, é a derrota final do capitalismo, uma má notícia, não é. É uma crise séria e com muitos reflexos que ainda haverão de despontar, mas, infelizmente ainda não é o fim do capitalismo selvagem. Como posso afirmar isso? É simples.
O presidente americano George “War” Bush foi a TV, nesta sexta-feira dia 19, em cadeia nacional e afirmou “A economia americana está enfrentando uma crise sem precedentes e isso exige medidas também sem precedentes.”. Com essa afirmação ele trouxe a crise para o quintal de casa e não culpou ninguém, não buscou nos “loucos do oriente” o motivo da quedas das bolsas, assumiu a parcela de culpa do governo americano, limitando assim a crise.
O Federal Reserve - Fed, (banco central americano) e o Tesouro Americano, apoiados pelo Congresso anunciaram o lançamento de um pacote de medidas contra a crise do setor bancário do país, com o objetivo de estancar o prejuízo que chegou, segundo estimativas de Wall Street, na casa do trilhão de dólares e que provocou o risco sistêmico nas finanças mundiais.
Mas o motivo principal que me leva a afirmação de que não é o fim do capitalismo é saber em que consiste o pacote de medidas anunciado para salvar a economia americana.
A solução não poderia ser mais capitalista, a primeira medida é criar uma agência para absorver os ativos imobiliários podres emitidos pelo “casal Freddie Mac e Fannie Mae”, algo parecido, mas em escala muito maior, com o que foi feito na crise dos anos 80 das instituições de poupança e empréstimo - as savings and loans.
Outra medida é a garantia pelo Tesouro americano do pagamento de títulos de curto prazo que compõem os fundos mútuos de mercados monetários - formados por papéis da dívida pública americana, títulos de empresas e outros instrumentos negociáveis.
Tem mais, para garantir a liquides dos bancos neste momento de crise, o Fed anunciou que estenderá os empréstimos sem obrigação de pagamento (empréstimos cujo pagamento vem com o lucro proveniente da aplicação dos recursos) aos bancos americanos, para financiar suas compras de ativos de alta qualidade. Os Commercial papers primeiro rendem dividendos para os bancos, que depois com os lucros, pagam ao banco central americano.
O custo da operação de socorro segundo o secretário de Tesouro Henry Paulson, será de centenas de bilhões de dólares.
O mercado, ou melhor, seus operadores, ganharam bilhões com produtos duvidosos e até fraudulentos como os créditos podres e agora o estado, ou melhor, o povo americano, absorverá todo o rombo.
Tem algo mais capitalista que privatizar os lucros e socializar o prejuízo?
Nós da linha debaixo do Equador conhecemos muito bem essa história, desde antes do Convênio de Taubaté, e é ai que reside o grande problema da saída americana para a crise. Nós brasileiros já estamos acostumados há ser roubados e enganados, para nós não é novidade ver banqueiro ladrão posando de inocente, indo depor em CPI e sendo chamado de doutor. Mas será que os gringos vão agüentar? O histórico deles não é de passividade como o nosso, vão tentar repassar esse prejuízo para o resto do mundo. Alguém vai pagar essa conta. O futuro dirá.
Só mais um lembrete para não passar em branco a nossa economia. A renda média do trabalhador brasileiro cresceu pelo terceiro ano seguido, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, em 2007 a alta foi de 3,2%, crescimento inferior à registrada em 2006, de 7,2% e menor que a de 2005, de 4,5%. Como o Produto Interno Bruto - PIB em 2007 cresceu 5,4%, alguém ficou com a diferença.
O presidente americano George “War” Bush foi a TV, nesta sexta-feira dia 19, em cadeia nacional e afirmou “A economia americana está enfrentando uma crise sem precedentes e isso exige medidas também sem precedentes.”. Com essa afirmação ele trouxe a crise para o quintal de casa e não culpou ninguém, não buscou nos “loucos do oriente” o motivo da quedas das bolsas, assumiu a parcela de culpa do governo americano, limitando assim a crise.
O Federal Reserve - Fed, (banco central americano) e o Tesouro Americano, apoiados pelo Congresso anunciaram o lançamento de um pacote de medidas contra a crise do setor bancário do país, com o objetivo de estancar o prejuízo que chegou, segundo estimativas de Wall Street, na casa do trilhão de dólares e que provocou o risco sistêmico nas finanças mundiais.
Mas o motivo principal que me leva a afirmação de que não é o fim do capitalismo é saber em que consiste o pacote de medidas anunciado para salvar a economia americana.
A solução não poderia ser mais capitalista, a primeira medida é criar uma agência para absorver os ativos imobiliários podres emitidos pelo “casal Freddie Mac e Fannie Mae”, algo parecido, mas em escala muito maior, com o que foi feito na crise dos anos 80 das instituições de poupança e empréstimo - as savings and loans.
Outra medida é a garantia pelo Tesouro americano do pagamento de títulos de curto prazo que compõem os fundos mútuos de mercados monetários - formados por papéis da dívida pública americana, títulos de empresas e outros instrumentos negociáveis.
Tem mais, para garantir a liquides dos bancos neste momento de crise, o Fed anunciou que estenderá os empréstimos sem obrigação de pagamento (empréstimos cujo pagamento vem com o lucro proveniente da aplicação dos recursos) aos bancos americanos, para financiar suas compras de ativos de alta qualidade. Os Commercial papers primeiro rendem dividendos para os bancos, que depois com os lucros, pagam ao banco central americano.
O custo da operação de socorro segundo o secretário de Tesouro Henry Paulson, será de centenas de bilhões de dólares.
O mercado, ou melhor, seus operadores, ganharam bilhões com produtos duvidosos e até fraudulentos como os créditos podres e agora o estado, ou melhor, o povo americano, absorverá todo o rombo.
Tem algo mais capitalista que privatizar os lucros e socializar o prejuízo?
Nós da linha debaixo do Equador conhecemos muito bem essa história, desde antes do Convênio de Taubaté, e é ai que reside o grande problema da saída americana para a crise. Nós brasileiros já estamos acostumados há ser roubados e enganados, para nós não é novidade ver banqueiro ladrão posando de inocente, indo depor em CPI e sendo chamado de doutor. Mas será que os gringos vão agüentar? O histórico deles não é de passividade como o nosso, vão tentar repassar esse prejuízo para o resto do mundo. Alguém vai pagar essa conta. O futuro dirá.
Só mais um lembrete para não passar em branco a nossa economia. A renda média do trabalhador brasileiro cresceu pelo terceiro ano seguido, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, em 2007 a alta foi de 3,2%, crescimento inferior à registrada em 2006, de 7,2% e menor que a de 2005, de 4,5%. Como o Produto Interno Bruto - PIB em 2007 cresceu 5,4%, alguém ficou com a diferença.
Publicado no jornal O Progresso em 21de setembro de 2008 Imperatriz-MA
Um comentário:
Caro Professor Menis,
os irmãos do norte (seus dirigentes) sempre tentaram nos dar lições, e agora mais essa, de como NÃO fazer. Esta fatura, de US$ 700 BI p'rá começar, se dividida por 70 milhões de famílias americanas, vai custar para cada uma delas a bagatela de 10 mil dólares.
O perigo é quem nunca tentou dividir riquezas com os outros, agora tente dividir o prejuízo. Podemos ter certeza de que vão tentar.
Adeus capitalismo radical ortodoxo, até mais ver (quando for conveniente para quem puder).
Professor, vai haver um vácuo nestes próximos momentos, e o Brasil tem espaço importante para ocupar. A porta está aberta, e teremos que ter competência para crescer, e ocupar este lugar. Mas, se o dever de casa está feito, em termos de finanças e da macro economia, a pergunta é quanto à educação e ao ambiente de negócios.
Tenho algumas considerações sobre estes assuntos, que são os mais sensíveis, em minha opinião, para o Brasil se assenhorar de seu destino.
Estamos vivenciando hoje, já até com sinalização das mais recentes pesquisas do IBGE, o início de um autêntico apagão de mão de obra especializada.
Outro ponto crítico, e até estarrecedor, é a posição do Brasil, em 125º lugar entre 181 países, no Doing Business, elaborado recentemente pelo IFC/Banco Mundial.
Estamos nos permitindo matar todo um esforço empreendedor na própria raiz, com mais de 50% das novas empresas morrendo antes de completar 2 anos de idade.
Este ambiente hostil, constatado no Brasil, para a prática de negócios, é decorrência, unica e exclusivamente, de ações humanas, dos próprios cidadãos brasileiros, ou por seus prepostos, ao formularem leis, normas, regras e procedimentos que sufocam àqueles que tomam a iniciativa de realizar negócios e gerar riquezas.
É um absurdo que nós próprios temos que conhecer, um buraco que cavamos por gerações e gerações, em benefício de poucos, e que é chegada a hora de resolver, pelo progresso e prosperidade de toda a sociedade.
Por isto, tamanho esforço em divulgar esta realidade passa à ser uma obrigação, de conscientização, para a mudança, por um Brasil possível.
(Desculpe, vou entusiasmando e não paro mais...)
Eduardo Buys do Blog do Varejo
-se navegar é preciso, então
www.varejototal.zip.net
ps: conhecendo agora seu blog, convido-o, se é que já não faz parte, a se juntar ao Administradores.com.br. Para mim, o Portal é o melhor ponto de partida para artigos e estudos. Pelo menos, tenho conseguido, como recentemente, uma boa divulgação para causas como o inconformismo quanto ao 125º lugar de nosso país no Doing Business. Lá tenho mais de 50 textos, é bom até como arquivo e memória. Experimente (recomendo apenas como admirador, não sou sócio nem nada...-também, só porque não fui convidado para ser...) Abraço, Edu
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