terça-feira, 5 de agosto de 2008

El 'dossier' brasileño

No dia 31 de julho a revista colombiana Cambio, edição 787 publicou em matéria de capa a relação PT/FARC, denominando de Dossiê Brasileiro, veja a revista no endereço eletrônico http://www.cambio.com.co/787/index.html .
A matéria baseou-se em e-mails encontrados no computador de Raul Reyes, segundo homem das FARC, que foi morto em ação do governo colombiano, gerando crise com os governos da Venezuela e Equador.
Nos e-mails são mencionados "cinco ministros, um procurador-geral, um assessor especial da Presidência, um vice-ministro, cinco deputados, um vereador e um juiz superior" brasileiros: O ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, a deputada distrital Erika Kokay, o chefe de Gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, o subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano, o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e o assessor presidencial Selvino Heck.
A revista inicia seu relato contando que o presidente da Colômbia Álvaro Uribe informou ao Sr. Luis Inácio na tarde de 19 de julho, enquanto degustavam uma aguardente da Antioquia, da existência dos arquivos que comprometiam cidadãos e funcionários do seu governo com as FARC.
No dia 27 de julho em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo o ministro da Defesa da Colômbia Juan Manuel Santos, confirmou que o governo colombiano havia informado ao Sr. Luis Inácio sobre o tema. "Há uma série de informações de conexões que entregamos ao governo brasileiro para que possa atuar como considere mais apropriado", disse Santos, entretanto sem mencionar se havia políticos e funcionários do governo nas informações.
As declarações do Ministro foram respondidas de forma imediata por Marco Aurélio Top Top García, assessor de política internacional do governo, que qualificou como irrelevantes os dados informados pelo governo colombiano. Claro que não se sabe com o nível de detalhe que foi informado o Sr. Luis Inácio. Pode ser que desta vez ele não saiba, ou que não tenha entendido direito o que disse o presidente Uribe.
A revista Cambio teve acesso a 85 e-mails, que entre fevereiro de 1999 e fevereiro de 2008, circularam entre 'Tirofijo' ex-comandante em chefe, 'Raúl Reyes', ou “Mono Jojoy' o segundo na hierarquia, 'Oliverio Medina' - delegado das FARC no Brasil - e dois homens identificados como 'Hermes' e 'José Luis'.
O personagem central dos correios é 'Oliverio Medina', também conhecido como 'El Cura Camilo', um sacerdote que ingressou nas FARC em 1983 e que rapidamente chegou a ser secretário de 'Tirofijo'. Veio para o Brasil como delegado especial das FARC em 1997, voltando novamente para a Colômbia para tornar-se chefe de imprensa do grupo. Retornou ao Brasil em 2002 para continuar sua missão de “Embaixador das FARC no Brasil” até agosto de 2005 quanto foi preso por pressão das autoridades colombianas. Preso mas não extraditado, pois, conseguiu a condição de refugiado político, segundo o texto, através de amigos sindicalistas, congressistas, ministros, advogados e personalidades.
Os e-mails relatam casos de financiamentos, de “solidariedades” financeiras recebidas por Medina, da rede de proteção para a não extradição do “embaixador”, da nomeação da esposa do Padre Medina - Angela Maria Slongo ou La Mona - na Secretaria, hoje Ministério, da Pesca, do giro pelo Brasil de guerrilheiros, de encontro com assessores palacianos e ministros.
Algumas das pessoas citadas já negaram, via imprensa, a participação ou auxilio de alguma forma às FARC.
- Da para negar a relação FARC/PT se ela vem desde 1990 com o Foro São Paulo? Não, basta ler o pronunciamento do presidente Lula em 07/2005, acessado o site http://www.info.planalto.gov.br/download/discursos/pr812a.doc. e ler a revista Veja edição 2045 em http://veja.abril.com.br/300108/p_060.shtml.
- Por que o Brasil diplomaticamente reconhece as FARC como força beligerante e não como grupo terrorista? As FARC são conhecidas como traficantes de drogas, o nosso ilustre prisioneiro Fernandinho Beira-Mar foi preso na Colômbia numa região dominada pela guerrilha, são seqüestradores, vide caso Ingrid Bettancourt, e etc.
Alguém do governo, por favor, explique essa relação ou desminta.

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