Esta semana um dos assuntos que chamou a atenção na mídia foi uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, informando que diminuiu o número de pobres no Brasil, grande notícia, ótima notícia, digo mais, excelente notícia.
O estudo, com acesso livre através do site http://www.ipea.gov.br/, que compreende o período de 1992 a 2008, foi realizado nas seis regiões metropolitanas do país que representam 37,1% do PIB nacional e 25,4% da população residente, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro Salvador e São Paulo, e classifica como pobre o indivíduo que tem renda mensal de até meio salário mínimo (R$ 207,50) e o rico, aquele possui renda mensal igual ou superior a 40 salários mínimos (R$ 16.600,00).
Movido pela alegria com a boa nova, fui verificar os dados constantes na pesquisa e pude observar que as notícias são boas, mas não tão boas assim, depende do ponto de vista e da análise feita.
Os dados divulgados na imprensa, sobre os quais se noticiou que a pobreza diminuiu, são do período de 2002 a 2008, pois devido às mudanças ocorridas na Pesquisa Mensal de Empregos – PME (base para o estudo realizado), os dados anteriores a 2002 ficam estatisticamente inviáveis para comparação.
Essa mudança não permite deparar este período de crescimento econômico com o outro período de crescimento recente, do Plano Real, quando houve significativa diminuição nos índices de pobreza.
Assim fica fácil falar, “nunca antes na história desse país”.
Outro ponto que deve ser analisado é a evolução dos ricos nas mesmas regiões.
De acordo com o estudo, no ano de 2003, o percentual das pessoas pertencentes às famílias com rendimento de 40 e mais salários mínimos mensais sofreu uma redução de 20% (de 1,0% para 0,8%) e permaneceu estável no ano de 2004 e voltou a crescer a partir de 2005. Em 2007, já encontrava-se no mesmo patamar de 2002 e, em 2008, a estimativa é que permanecerá estável.
Se os pobres estão diminuindo e os ricos aumentando há de se supor que a sociedade em geral esta melhorando de vida, que a renda gerada nesse momento de crescimento esta sendo melhor distribuída e que o sonho de distribuição de renda e diminuição da mais-valia esta ocorrendo.
Ledo engano, o estudo mostra também, mas não foi divulgado na mídia, que a relação produtividade salário esta em clara desigualdade a favor dos ricos.
A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE indica que entre 2001 e 2008, a produção física na indústria brasileira aumentou em 28,1%, com ganhos de produtividade do trabalhador de 22,6%. A folha de pagamento por trabalhador em contrapartida, cresceu, em termos reais, 10,5% no mesmo período de tempo.
Segundo o IPEA “por conta disso, o Custo Unitário do Trabalho (CUT) — entendido como a razão entre o rendimento real médio por trabalhador ocupado e a produtividade, apresentou queda de 10,2% no mesmo período de tempo. Noutras palavras, a remuneração dos trabalhadores não tem acompanhado plenamente os ganhos de produtividade da indústria brasileira.” e “naturalmente, essa diferença não absorvida pelos trabalhadores contribuirá negativamente para a distribuição de renda no Brasil”, ou seja, estamos produzindo mais e ganhando menos proporcionalmente.
Estamos menos pobres sim, mas deveríamos estar menos pobres ainda mais, a mais-valia tem aumentado e não é sentida, pois, recebemos em troca a possibilidade de comprar uma TV LCD nova, um carrinho financiado em 60 meses e como disse o Sr. Luis Inácio, uma blusinha no shopping.
E esse enriquecimento não é só na indústria não, viram os lucros dos bancos no 1º semestre deste ano?
O estudo, com acesso livre através do site http://www.ipea.gov.br/, que compreende o período de 1992 a 2008, foi realizado nas seis regiões metropolitanas do país que representam 37,1% do PIB nacional e 25,4% da população residente, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro Salvador e São Paulo, e classifica como pobre o indivíduo que tem renda mensal de até meio salário mínimo (R$ 207,50) e o rico, aquele possui renda mensal igual ou superior a 40 salários mínimos (R$ 16.600,00).
Movido pela alegria com a boa nova, fui verificar os dados constantes na pesquisa e pude observar que as notícias são boas, mas não tão boas assim, depende do ponto de vista e da análise feita.
Os dados divulgados na imprensa, sobre os quais se noticiou que a pobreza diminuiu, são do período de 2002 a 2008, pois devido às mudanças ocorridas na Pesquisa Mensal de Empregos – PME (base para o estudo realizado), os dados anteriores a 2002 ficam estatisticamente inviáveis para comparação.
Essa mudança não permite deparar este período de crescimento econômico com o outro período de crescimento recente, do Plano Real, quando houve significativa diminuição nos índices de pobreza.
Assim fica fácil falar, “nunca antes na história desse país”.
Outro ponto que deve ser analisado é a evolução dos ricos nas mesmas regiões.
De acordo com o estudo, no ano de 2003, o percentual das pessoas pertencentes às famílias com rendimento de 40 e mais salários mínimos mensais sofreu uma redução de 20% (de 1,0% para 0,8%) e permaneceu estável no ano de 2004 e voltou a crescer a partir de 2005. Em 2007, já encontrava-se no mesmo patamar de 2002 e, em 2008, a estimativa é que permanecerá estável.
Se os pobres estão diminuindo e os ricos aumentando há de se supor que a sociedade em geral esta melhorando de vida, que a renda gerada nesse momento de crescimento esta sendo melhor distribuída e que o sonho de distribuição de renda e diminuição da mais-valia esta ocorrendo.
Ledo engano, o estudo mostra também, mas não foi divulgado na mídia, que a relação produtividade salário esta em clara desigualdade a favor dos ricos.
A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE indica que entre 2001 e 2008, a produção física na indústria brasileira aumentou em 28,1%, com ganhos de produtividade do trabalhador de 22,6%. A folha de pagamento por trabalhador em contrapartida, cresceu, em termos reais, 10,5% no mesmo período de tempo.
Segundo o IPEA “por conta disso, o Custo Unitário do Trabalho (CUT) — entendido como a razão entre o rendimento real médio por trabalhador ocupado e a produtividade, apresentou queda de 10,2% no mesmo período de tempo. Noutras palavras, a remuneração dos trabalhadores não tem acompanhado plenamente os ganhos de produtividade da indústria brasileira.” e “naturalmente, essa diferença não absorvida pelos trabalhadores contribuirá negativamente para a distribuição de renda no Brasil”, ou seja, estamos produzindo mais e ganhando menos proporcionalmente.
Estamos menos pobres sim, mas deveríamos estar menos pobres ainda mais, a mais-valia tem aumentado e não é sentida, pois, recebemos em troca a possibilidade de comprar uma TV LCD nova, um carrinho financiado em 60 meses e como disse o Sr. Luis Inácio, uma blusinha no shopping.
E esse enriquecimento não é só na indústria não, viram os lucros dos bancos no 1º semestre deste ano?
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