Nos cidadãos brasileiros precisamos nos acostumar a olhar com mais carinho e cuidado os números que envolvem o dinheiro público, ou seja, o nosso dinheiro.
No final do ano passado todos nos acompanhamos a discussão sobre a CPMF, dizia então à época o governo federal que sem a CPMF o governo ficaria impossibilitado de investir na saúde, que as famílias atendidas pelo bolsa família seriam prejudicadas, que a oposição queria tirar recursos dos mais pobres, como nunca antes na história desse país, e blábláblá, blábláblá, blábláblá.
O presidente Luis Inácio num pronunciamento em Vitória (ES) declarou que “a CPMF só mete medo em sonegador de imposto” numa colocação que sem o controle provocado pela arrecadação da CPMF o país viraria um paraíso fiscal, onde as “zelites”, não pagariam mais impostos, não haveria mais transferência de renda dos mais ricos para os mais pobres e blábláblá, blábláblá, blábláblá. Em resumo o país se tornaria um caos total pondo em risco até quiçá, a governabilidade.
Vamos rever algumas frases que marcaram a época: O ministro Mantega afirmou que “o superávit primário poderá ser prejudicado”, o senador Pedro Simon numa virada de anti a pró CPMF “A crise financeira do Estado pesa no meu voto”, o senador Mercadante “Esse entusiasmo contra a CPMF não é pelo peso da CPMF no faturamento das empresas. O que verdadeiramente incomoda, e incomoda dizer isso a alguns, é que a CPMF mexe no caixa dois”, o presidente Luis Inácio depois da derrota na votação “Quem votou contra a CPMF não usa o SUS, porque se usasse não votaria contra”, “Eles não só me prejudicaram, mas prejudicaram o próximo presidente da República... Mas alguém vai ter que responder por que a Saúde deixará de ter mais R$ 24 bilhões no ano que vem e mais R$ 80 bilhões a partir de 2010.”.
Vejamos então o que aconteceu com a arrecadação de impostos no mês de janeiro de 2008, o primeiro sem a tão necessária e imprescindível CPMF.
De acordo com os dados oficiais publicados no site da Receita Federal http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/arre/2008/AnalisemensalJan08.pdf a arrecadação de impostos no mês de janeiro/08 comparada à arrecadação de janeiro/07 subiu nominalmente míseros 25,50% e corrigida pelo IPCA subiu só 20,02%, em reais corrigidos ela saiu de R$ 52,2 bilhões para R$ 62,6 bilhões, descontando o valor de R$ 875 milhões de resquícios de CPMF que entraram em janeiro, o governo arrecadou a mais R$ 9,6 bilhões. A pergunta que não quer calar agora é se essa arrecadação a mais que suplantou a arrecadação da CPMF de janeiro/07 (R$ 2,9 bi), será usada para o bolsa família? Será usada para o SUS? Blábláblá, blábláblá, blábláblá
Para rebater as frases preocupantes repetidas acima, só me resta repetir uma outra frase, essa de nascimento real “Por qué no te callas?”.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
IMAGINEM SE AINDA EXISTISSE CPMF
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