segunda-feira, 2 de junho de 2008

Internacionalização da Amazônia – História antiga


Em 1800 o naturalista alemão Alexander von Humboldt foi encontrado andando pela floresta amazônica em terras brasileiras, de luneta na mão, todo picado de insetos e impressionado com a grandeza e beleza do lugar, "tudo demonstra a grandeza do poder, a ternura da Natureza, desde a boa constrictor, capaz de engolir um cavalo, até o colibri, capaz de balouçar-se no cálice de uma flor", nascia ai a Hiléia Amazônica, a grande floresta tropical que se estende dos Andes, pelo vale amazônico, até as Guianas.
Como foi pego juntamente com seu amigo e companheiro de aventuras, o francês André Bonpland com malas de materiais de espionagem: barômetros, sextantes, etc. em plena floresta e sem autorização, foi detido pelos portugueses e oito meses mais tarde libertado, pela interferência do padre Zea, espanhol que também os acompanhava. Vejam em 1800 já havia na Amazônia, alemães, franceses e espanhóis e ainda éramos dominados pelos portugueses.
Na virada do séc. XIX, de 1891 a 1904, a Inglaterra já reclamava parte do nosso território e acabou por receber aproximadamente 15.000 Km2 da floresta, na região próxima ao hoje estado de Roraima, mais precisamente na divisa onde esta localizada a complicada Reserva Raposa Serra do Sol, e outro tanto igual da Venezuela. O argumento da contestação inglesa era “o clamor dos índios da região pela proteção inglesa”. Com a interferência internacional o território passou então para as mãos da coroa britânica que o transformou na antiga Guiana Inglesa, hoje Guiana, ex-colônia britânica.
Em 1946 na primeira Conferência Geral da UNESCO em Paris, foi lançada a idéia de se criar um instituto capaz de proteger e estudar a hiléia amazônica e em 1947 no México, com subsídios do Fórum de Belém, surgiu o plano para a criação do Instituto Internacional da Hiléia Amazônica (IIHA), que graças a esforços de alguns brasileiros com visão além dos dólares teve frustrada a sua fundação.
Como podemos observar a tentativa de internacionalizar a Amazônia não é de hoje, é um processo que vem a mais de 200 anos sendo engendrado pelos paises do norte, pois, já pesquisaram exaustivamente a região e sabem o quanto de riquezas pode estar escondido sobre a floresta. A preservação ambiental, a proteção das matas, a não ingerência dos brancos nas coisas dos índios, a incapacidade do nosso povo em gerir a floresta, tudo serve de pretexto para uma invasão estrangeira, cheia de “protetores da floresta” que não protegeram as suas próprias florestas enquanto ainda existiam. Preferiram o capitalismo selvagem em detrimento aos seus povos nativos, seu habitat natural e sua preservação ambiental.
A ex-ministra Marina quando deixou o cargo usou de uma metáfora para justificar sua saída "..Eu já disse que é melhor ver o filho vivo no colo de outro a vê-lo jazer no próprio colo." Frase infeliz que abriu espaço para que os profetas do apocalipse como o candidato a presidência dos EUA - Barack Obama, venham a falar para o mundo que a Amazônia não é do Brasil, é do mundo, nós enquanto pais da Amazônia temos que lutar para preserva-la, e a luta não é só externa, não sou xenófobo, é interna também, contra os que querem somente usufruir da Amazônia e não a vêem como um lugar onde pode-se fazer o desenvolvimento sustentado, sem destruição e com preservação.
Tenho meus receios também quanto a esse Fundo para a Amazônia que o novo ministro anda anunciando. Faz-se necessário que os termos para a formação desse fundo sejam muito bem discutidos, pois, pode ser uma versão moderna do IIHA e nele rezava que o instituto podia “estabelecer, fomentar e manter colaboração efetiva entre governos, organizações, grupos e pessoas interessadas” e tinha o direto de “ promover, conduzir, coordenar e divulgar os estudos da mencionada zona geográfica que será oportunamente delimitada”.
Não nos esqueçamos do que disse George Washington “deveis ter sempre em vista que é loucura esperar de uma Nação favores desinteressados de outra e que tudo quanto uma Nação recebe como favor terá de pagar, mais tarde, com uma parte de sua independência”.

Publicado no jornal O Progresso de 01 de junho de 2008 - Imperatriz MA

Um comentário:

Anônimo disse...

esta claro e só não enxerga quem não quer ver,estamos na eminencia de perder o futuro do Brasil como na~çao livre e desenvolvida,pois é a amazonia a maior poupança estratégica que temos para deixar aos brasileiros do amanhã,a proibição de explorar as riquezas (com as precauções necessárias) é um golpe baixo contra a própria soberania nacional,pois retarda a ocupação por brasileiros,muitas vezes jogados em favelas,graças a incopetencia das "otoridades" e que poderiam dar uma vida digna a seus familiares escapando das balas perdidas das policias do rio e de são paulo.Eu estou na região amazonica desde 85 , e conheço bem a realidade da região,e posso afirmar com toda a certeza que a única maneira de manter-mos a posse da amazonia para os brasileiros do futuro é a ocupando imediatamente e com responsabilidade!é uma utopía acreditar que com o crecimento da população mundial a região norte do brasil vai permanecer intocada e os animais selvagens continuarão livres pelas selvas.a saída é a ocupação,repito,e a domesticação dos animais.os animais domésticos de hoje foram selvagens antes de contatarem com o ser humano,e hoje são preservados como companheiros ou como fonte de exploração comercial.tem gato e cachorro que é melhor tratado do que as crianças brasileiras,os veterinarios sabem bem o filão que é tratar de animais.os remédios são melhores do que para humanos etc.e, esta história de que não se reproduzem em cativeiro é uma balela,hoje temos inseminação artificial e até clonagem.Não advogo por os animais em cativeiro,gosto deles livres,mas convivendo conosco,assim como os cães, gatos,coelhos etc. e sim,parques de proteção para os que não podem conviver devido suas características incompatíveis.luizbarros@vsp.com.br