domingo, 28 de setembro de 2008

In Lula we trust


Estes dias os americanos vêm provando que não são tão bons assim como dizem e a crise financeira tem nos mostrado isso. A incompetência e as trapalhadas tem sido a marca do governo Bush. A ação totalmente atabalhoada no Iraque, que apesar de ter conseguido seu real objetivo que era o de conquistar mais petróleo, gerou uma guerra da qual não sabe sair. A crise financeira mostrou e vem mostrando a má gestão sobre os acontecimentos e reflexos decorrentes sobre tempo de resposta. Quanto mais se enrola para resolver a crise, maior ela fica. Ontem pela manhã em pronunciamento à nação George Bush declarou: "... se fosse possível deixar que qualquer das irresponsáveis companhias de Wall Street quebrasse sem que vocês e suas famílias fossem afetados, eu teria feito isso. Mas isso não é possível".
A frase mostra claramente o desânimo do presidente e a situação em que se encontra: em fim de mandato, com os piores índices de aprovação e sem condições de fazer o substituto, ou seja, como eles apelidam alguém nessa situação lá nos EUA, um lame duck, (pato manco).
Mas a maior demonstração de decadência foi sua apresentação na ONU, depois do seu discurso, até o Luís Inácio bateu nele. "Eu lamentei porque imaginei que o presidente Bush, já que é a ultima aparição dele na sede das Nações Unidas, faria um discurso de despedida, falando um pouco da crise econômica e o que o governo americano pretende fazer". E ainda foi irônico ao completar, ''Eu, como sou defensor da autodeterminação dos povos e da soberania dos discursos dos presidentes, fui obrigado então a ficar quieto". Quem diria até o Luís Inácio batendo no “cumpanheiro lame duck”.
Do alto dos seus 77,7% de índice de popularidade ele não poupou conselhos nem aos candidatos à Casa Branca, Barack Obama e John McCain, afirmando que eles deveriam imitá-lo ''O ideal é que os dois candidatos pudessem assinar uma carta ao povo americano, como a que eu assinei ao povo brasileiro em 2002, assumindo um compromisso para dar tranqüilidade ao povo americano e tranqüilidade para o mundo como um todo''. Eu lembro da Carta ao Povo Brasileiro e também dos índices do dólar e do risco Brasil.
A metralhadora atingiu também as Teorias Economias, pois, ele decretou o fim do neoliberalismo quando disse acreditar que o período neoliberal ''está encerrado porque (a crise) demonstra que também no sistema financeiro é preciso ter seriedade, é preciso ter ética, não é apenas o cidadão comum que tem que ser ético''. Esta frase explica alguma coisa, já que ele não se considera um cidadão comum. Mas espero agora, ansiosamente, qual será o novo período econômico, pois, se acabou o neoliberalismo, outra teoria econômica deverá pautar a nova economia lulística. Andei até pensando alguns nomes: período dólar cuecal, período mensalão, neoaguardêntico ou mais profundamente Era Présal. Chique não?
Sabem o porquê dessa autoridade toda lá pras bandas dos EUA? Reflexo do que lhe disse o Sr. Eduardo Campos. “Depois que o governador de Pernambuco me contou um fato histórico sem precedentes, de que foram os pernambucanos que fundaram Nova York, eu me sinto muito mais importante em Nova York hoje do que em qualquer outro momento em que estive nos EUA”.
Concluindo, os americanos para dar mais força à sua moeda deveriam trocar a inscrição que consta nas suas cédulas. Em vez de IN GOD WE TRUST, deveriam apor IN LULA WE TRUST.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Os lucros são privatizados, os prejuízos são socializados.



Para os que acham que a crise financeira instalada esta semana é o início do fim do sistema capitalista, é a derrota final do capitalismo, uma má notícia, não é. É uma crise séria e com muitos reflexos que ainda haverão de despontar, mas, infelizmente ainda não é o fim do capitalismo selvagem. Como posso afirmar isso? É simples.
O presidente americano George “War” Bush foi a TV, nesta sexta-feira dia 19, em cadeia nacional e afirmou “A economia americana está enfrentando uma crise sem precedentes e isso exige medidas também sem precedentes.”. Com essa afirmação ele trouxe a crise para o quintal de casa e não culpou ninguém, não buscou nos “loucos do oriente” o motivo da quedas das bolsas, assumiu a parcela de culpa do governo americano, limitando assim a crise.
O Federal Reserve - Fed, (banco central americano) e o Tesouro Americano, apoiados pelo Congresso anunciaram o lançamento de um pacote de medidas contra a crise do setor bancário do país, com o objetivo de estancar o prejuízo que chegou, segundo estimativas de Wall Street, na casa do trilhão de dólares e que provocou o risco sistêmico nas finanças mundiais.
Mas o motivo principal que me leva a afirmação de que não é o fim do capitalismo é saber em que consiste o pacote de medidas anunciado para salvar a economia americana.
A solução não poderia ser mais capitalista, a primeira medida é criar uma agência para absorver os ativos imobiliários podres emitidos pelo “casal Freddie Mac e Fannie Mae”, algo parecido, mas em escala muito maior, com o que foi feito na crise dos anos 80 das instituições de poupança e empréstimo - as savings and loans.
Outra medida é a garantia pelo Tesouro americano do pagamento de títulos de curto prazo que compõem os fundos mútuos de mercados monetários - formados por papéis da dívida pública americana, títulos de empresas e outros instrumentos negociáveis.
Tem mais, para garantir a liquides dos bancos neste momento de crise, o Fed anunciou que estenderá os empréstimos sem obrigação de pagamento (empréstimos cujo pagamento vem com o lucro proveniente da aplicação dos recursos) aos bancos americanos, para financiar suas compras de ativos de alta qualidade. Os Commercial papers primeiro rendem dividendos para os bancos, que depois com os lucros, pagam ao banco central americano.
O custo da operação de socorro segundo o secretário de Tesouro Henry Paulson, será de centenas de bilhões de dólares.
O mercado, ou melhor, seus operadores, ganharam bilhões com produtos duvidosos e até fraudulentos como os créditos podres e agora o estado, ou melhor, o povo americano, absorverá todo o rombo.
Tem algo mais capitalista que privatizar os lucros e socializar o prejuízo?
Nós da linha debaixo do Equador conhecemos muito bem essa história, desde antes do Convênio de Taubaté, e é ai que reside o grande problema da saída americana para a crise. Nós brasileiros já estamos acostumados há ser roubados e enganados, para nós não é novidade ver banqueiro ladrão posando de inocente, indo depor em CPI e sendo chamado de doutor. Mas será que os gringos vão agüentar? O histórico deles não é de passividade como o nosso, vão tentar repassar esse prejuízo para o resto do mundo. Alguém vai pagar essa conta. O futuro dirá.
Só mais um lembrete para não passar em branco a nossa economia. A renda média do trabalhador brasileiro cresceu pelo terceiro ano seguido, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, em 2007 a alta foi de 3,2%, crescimento inferior à registrada em 2006, de 7,2% e menor que a de 2005, de 4,5%. Como o Produto Interno Bruto - PIB em 2007 cresceu 5,4%, alguém ficou com a diferença.


Publicado no jornal O Progresso em 21de setembro de 2008 Imperatriz-MA

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Lula é nosso único acontecimento

Quando eu comecei a escrever em jornal, há 17 anos (santo Deus...), fiz um juramento de que nunca começaria um artigo com a célebre frase: "Estou diante da página branca, em busca de um assunto..." E cumpri a promessa, querido leitor. Jamais fiz isso. Mas, hoje, não sou eu quem está sem assunto, é o Brasil. Parece não acontecer mais nada no país. Como se explica isso?
Bem, é que Lula é o único acontecimento. Ele se apropria do que acontece e interpreta-o em seu interesse. Pode transformar acontecimentos em não-acontecimentos e vice-versa. Pode transformar o nada em fato e o fato em nada. Com seu carisma e marketing constante, joga uma nuvem de poeira nos olhos do país. Ele entendeu que basta apoderar-se dos defeitos e cacoetes políticos do Brasil e saber manobrá-los para tudo marchar com "normalidade". Apesar de crises de fait divers, nunca o Brasil pareceu tão normal.
Com a economia bombando, como ele teve a sensatez de manter a boa política econômica do governo anterior, basta a Lula manter a imagem do funcionamento político normal, aceitando as anormalidades como normais, aceitando vícios dos poderes como fatos inevitáveis e, sabe ele, nem tão danosos à sua administração. Lula fatura como seus todos os acertos do governo anterior e jogará seus erros nos ombros de quem vier depois, disse uma vez Dora Kramer.
O que me dói neste governo é o que ele poderia estar fazendo com a imensa grana que entrou com esta bonança e com as alianças que teceu. Mas grandes mudanças e reformas essenciais dariam muito trabalho, desgastes, e Lula não quer aporrinhação. Ele conseguiu ficar fora de todos os escândalos que os babacas bolchevistas aprontaram. Saiu limpo e mais branco ainda, com o Omo da impunidade.
Sejamos justos: Lula merece elogios. Ele tem sido sensato, aqui e na América Latina, quer fazer algo pelo Brasil, sim, trouxe o conceito de fome e pobreza para a agenda administrativa e tem sido democrático. Mas este artigo trata mais de sua genialidade política. Aí, sim. Trata-se de um maquiavel espontâneo, forjado na luta dura da viagem entre as classes sociais.
Ele aparece todos os santos dias na TV, rádio e jornais, pois descobriu o Brasil real e — aí está seu gênio — descobriu algo que ninguém viu antes: que o Brasil não precisa de governo, basta parecer que tem. Ele entendeu que não existe uma meta a priori, desistiu de qualquer idéia de atingir uma síntese. Esta é a grande dificuldade de se analisar seu governo.
Os comentaristas típicos partem de uma premissa de progresso no futuro e esperam que ela seja cumprida na prática. Mas nós não conseguimos concluir nada. Afinal, é bom ou ruim? Ninguém tem certeza. Lula não trabalha com isso. Acha isso uma bobagem "modernista". Seu projeto é ele mesmo. Ele deixa o Brasil andar sozinho e não mexe no essencial. Ele raciocina intuitivamente caso a caso, sem grandes projetos totalizantes.
Lula adotou como atitude o sentido da "cordialidade" que Sergio Buarque de Holanda descreveu. Como a classe dominante do Nordeste, da qual ele foi a vítima, Lula usa o jeitinho do "homem cordial" para si mesmo. "Aos amigos aliados, tudo"; tolerância até com os macarrões de um Severino para governar em paz. Ele sabe que tudo se esquece. Quanto à lei e a questões institucionais, ele não liga muito. Não fere a lei, mas tolera que seus sórdidos aliados o façam, como se dissesse: "É o Brasil, que que se vai fazer?" E atenção, inimigos meus, vou dizer uma frase polêmica: talvez só essa velha cordialidade ibérica nos preserve uma louca e tropical "democracia". Lula usa isso.
Lula desmoralizou os escândalos, tolerando-os. Ele não é malandro nem desonesto, mas tem sensibilidade para o que o Brasil quer ver. Este é o outro tema deste artigo: Lula como ator. Sim. Até hoje só foi enfrentado por outro gênio do palco: Roberto Jefferson, que até lhe fez o favor de livrá-lo dos bolchevistas psicopatas que o impediam de governar. Agora, só tem tarefeiros e pelegos na boquinha, mas que não fazem tanto mal quanto os "dirceuzistas", que nos jogariam na vala da Argentina.
O Lula-ator tem o selo de legitimidade de sua vida de operário. Tudo bem. E ele passa habilmente a "sabedoria" que o sofrimento lhe deu, a paciência diante das crises: "Calma, pequenos-burgueses!... Eu sei o que é a vida, já passei por coisa pior!" Lula desqualifica qualquer seriedade dramática com brincadeiras populares, como o Corinthians, o dedo cortado, o Brasil comparado ao Sítio do Picapau Amarelo, o mar salgado de xixi. Mas, se precisar, ele fala sério com a bruta indignação do sindicalista vítima do "sistema", assim como pode ser tranqüilo e debonaire na reunião da Febraban ou sereno com reis e duques.
É um craque. Só vi o Lula perder o prumo no auge do mensalão, quando temeu por si. Ali, suas sobrancelhas se arquearam de verdade, e seus olhos giraram para cima, nas órbitas. Ali, ele teve medo mesmo de ser jogado de volta ao passado de pobreza e marginalidade. Já na campanha da reeleição, com a subida do Alckmim, ele arregaçou as mangas, mandou fazer um palanque de passarela como o do Mick Jagger e botou para quebrar. Era um leão acuado que ganhou de goleada.
Essa multiplicidade de cores, cambiantes, velozes como as lulas, é sua maior munição. Quando se zanga, dá medo. Quando ri, é uma graça — suas covinhas são irresistíveis, nos acalmam, nos desmobilizam; suas piadas, mesmo sem graça, tiram a tragicidade de crises. Isso tudo sem falar no seu "design" perfeito: barriguinha, um getúlio barbadinho, simpaticíssimo, o nome de fácil legibilidade como "Pelé"... em suma, um crack. E tem mais: o país é tão "imexível", tão duro de roer, tão resistente a qualquer cirurgia ou reforma, que talvez Lula tenha razão em sua tática de ciência política...
Arnaldo Jabor
(Transcrito de O Globo de 16/9/2009)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A culpa é minha e eu coloco ela em quem eu quiser – Homer Simpson


Nesta quarta-feira a Organização Européia de Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em francês), acionou o mais potente acelerador de partículas já construído, o Large Hadron Collider (LHC), para tentar reproduzir o Big Bang. O objetivo do projeto é encontrar a origem das massas das partículas e decifrar a origem do Universo.
A busca incessante de onde viemos tem sido uma das forças motrizes que levam o homem à busca do conhecimento, entretanto, neste momento cabe também uma reflexão. Para onde estamos indo? Que caminhos devemos tomar para termos um mundo melhor? Que rota seguir? As respostas provavelmente devem estar na filosofia, mais precisamente na ética e na moral.
O pensamento ético é frequentemente citado, mas muitas vezes confundindo com a prática de comportamentos, confundem o estudo da ética em si e moral com valores.
Moral são valores aceitos como válidos por um grupo social ou sociedade num determinado período e ética é o estudo de como exercemos a moral, pela introspecção e com os outros, sobre o exercício daqueles valores. Portanto a ética nunca muda, mas a moral sim, pois ela é constituída de valores que vão mudando com o passar do tempo.
A exigência ética fundamental consiste em reconstruir relacionamentos do indivíduo com a sociedade. De acordo com Agostinho Neves da Silva em Proposta de Código Deontológico “Ética não se compadece com relacionamentos baseados no amiguismo e compadrio que asfixiam o bem-estar de qualquer sociedade, regendo-se por valores imorais sem qualquer respeito aos outros”.
A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. A ética ultrapassa o que parece, investiga o que é. Procura razões pessoais para ”o modo de ser“ dos indivíduos frente aos seus valores e a moral dos grupos sociais aos quais pertence.
Reafirmando o conceito, moral é um conjunto de valores tais como integridade, honestidade, dignidade, humildade, afabilidade, etc. que são aceitos como adequados, como regra, por um grupo social e desrespeitar esses valores não é ferir a ética, mas sim ferir a moral.
Segundo Lichtenberg a moral pode ser dividida em quatro princípios:
· O filosófico: Faça o bem pelo próprio bem, por respeito à lei.
· O religioso: Faça-o porquê é a vontade de DEUS, por amor a DEUS.
· O humano: Faça-o porquê seu bem-estar o requer, por amor próprio.
· O político: Faça-o porquê o requer a sociedade da qual você faz parte, por amor à sociedade e por consideração a você.
Para sabermos se estamos sendo éticos temos que responder a dilemas éticos:
· O que eu faço contribui para quê?
· As minhas ações estão sintonizadas com o meu discurso?
· As minhas atitudes podem servir de modelo?
· O que eu faço em relação ao meu grupo de convívio, é como eu gostaria com que todos os membros do grupo agissem para comigo?
· Tenho preservado a dignidade diante dos fatores econômicos, qualidade, produtividade e integridade física, mental e espiritual?
Estamos em época eleitoral, cabe a nós eleitores e aos senhores candidatos fazermos essa reflexão, pois, Tolstoi já afirmava que “Não é possível ser bom pela metade”

Publicado no jornal O Progresso em 14 de setembro de 2008 Imperatriz-MA

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Papo de mulher

Amigas ao telefone:
- Oi, me conta como foi o encontro de ontem à noite?
- Horrí­vel, não sei o que aconteceu...
- Mas, por quê? Não te deu nem um beijo?
- Sim... Beijar, me beijou. Mas me beijou tão forte que meu dente postiço da frente caiu e as lentes de contato verdes saltaram dos meus olhos...
- Não me diga que terminou por aí­?
- Não, claro. Depois pegou no meu rosto entre suas mãos, até que tive que pedir que não o fizesse mais, porque estava achatando o botox e me mordia os lábios como se fossem de plástico... Ia explodir o meu
implante de colágeno e quase sai o mega hair!!!
- E... não tentou mais nada?
- Sim, começou a acariciar minhas pernas e eu o detive, porque lembrei que não tive tempo para me depilar e além do mais, me arrebatou com uma luxúria e estava me abraçando tão forte que quase ficou com minhas próteses da bunda em suas mãos e estourou meu silicone do peito.
- E depois, que aconteceu?
- Ah­, então, começou a tomar champagne no meu sapato...
- Ai, que romântico!!!
- Romântico o cacete! Ele quase morreu!!!
- E por quê?
- Engoliu meu corretor de joanete com a palmilha do salto.
- Nossa, que ele fez?
- Você acredita que ele broxou e foi embora?
Acho que ele é viado....
- Só pode!!!
Publicado no Blog prosa e política

domingo, 7 de setembro de 2008

Pré-sal! Ai ele vai pra galera!


Déjà vu. Foi essa a primeira coisa que me veio a cabeça quando vi esta semana o Sr. Luis Inácio, com as mãos sujas de petróleo, dentro de um macacão cor de laranja com o logotipo da Petrobrás. Eu jurava que já tinha visto essa cena e na verdade tinha visto sim, não foi déjà vu, foi repetimento mesmo.
No simbólico dia 21 de abril do ano de 2006 o Sr. Luís Inácio inaugurou na Bacia de Campos no Rio de Janeiro, a plataforma marítima P-50 que segundo ele estabeleceria uma nova fase do petróleo no Brasil, a fase da auto-suficiência, e isso num momento em que o preço internacional do petróleo batia recorde.
Naquele momento, como agora, ele apertou o botão que deu a partida nos equipamentos, depois abriu a válvula para deixar sair o primeiro jato de petróleo e deixou a marca de suas mãos sujas de petróleo num uniforme laranja, tudo igualzinho ao que já tinha feito quando imitou o gesto do ex-presidente Getúlio Vargas há 56 anos.
Se falta originalidade ao Sr. Luís Inácio, falta também a verdade, pois, a alardeada auto-suficiência usada de forma eleitoreira em 2006 nunca chegou. Na verdade a balança comercial de petróleo e derivados apresenta déficit de US$ 5,440 bilhões acumulados entre janeiro e agosto deste ano. Esta é a diferença entre importações de US$ 21,192 bilhões e exportações de US$ 15,752 bilhões, déficit maior que o dobro no mesmo período de 2007, que foi de US$ 2,384 bilhões.
Aconteceu com a auto-suficiência o que aconteceu com outros “projetos do governo”, grandes lançamentos, publicidade na TV, rádio, internet, viagens nacionais e internacionais para divulgar o grande feito, que dura até o lançamento do próximo, pois, de alguma forma tem que encobrir o que não foi feito. Lembram das Parcerias Público Privadas, as PPP’s? Do projeto Primeiro Emprego? Cadê o biodíesel de mamona que ia colocar o Brasil na dianteira das novas tecnologias em obtenção de energia alternativa e alavancar o campo através da agricultura familiar? Lembram do projeto levado à ONU como solução da fome no mundo, o Fome Zero Mundial bancado por um imposto sobre as movimentações financeiras internacionais? Nem o Fome Zero Nacional funciona.
Essas atitudes e ações me lembram um personagem da Escolinha do Professor Raimundo, o Seu Boneco, que falava “alguma abobrinha” e depois soltava o bordão “Ai eu vou pra galera!”.
Agora o caminho para “ir pra galera” é o Pré-sal. Estão fazendo um alarde tão grande com as descobertas que, é capaz dos sheiks árabes se sentirem diminuídos com os “poçinhos” que eles têm. Todavia que até agora ninguém sabe realmente e vamos demorar a saber, o quanto existe de petróleo sob a camada ultra profunda. A Petrobrás que é inegavelmente a empresa que detêm a maior tecnologia de extração em águas profundas ainda esta trabalhando, e muito, para poder dar respostas às questões postas. O único campo de que se tem noção do tamanho das reservas é o de Tupi, onde se estima que existam entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo que só poderão ser comprovados a partir de março de 2009, quando serão iniciados os testes com uma nova plataforma contratada pela empresa.
O show de publicidade apresentado dia 2 deste mês, com direito a aparição da “futura presidenta”, foi na camada Pré-sal do Campo de Jubarte, que pouco tem a ver com o que a Petrobrás vai enfrentar na realidade.
Na camada Pré-sal de Jubarte, que fica próximo à costa e de onde já se faz extração, a camada de sal a ser atravessada é de apenas 200 metros e como o óleo está sob a plataforma, os investimentos para esse teste foram de aproximadamente R$ 50 milhões.
No restante do pré-sal a história é outra, os campos estão a até 250 quilômetros da costa e com camada de sal de até 2 quilômetros para ser perfurada. O custo estimado de uma única perfuração para saber a possibilidade de produção é de US$ 100 milhões, só o aluguel de uma sonda para perfuração é US$ 600 mil por dia. Não existem muitos equipamentos para perfuração disponíveis no mundo, e o mercado não está pronto para atender à demanda, não é como ir fazer compra no supermercado.
É um investimento muito alto para algo que ainda é uma operação cercada de muitos problemas e incógnitas que demandam muito estudo e pessoal especializado, mas o “Seu Boneco manda vê e vai pra galera” já pensando em 2010 para a sua substituta e 2014 para o seu retorno triunfal, que é quando devem realmente ser obtidos os primeiros resultados do Pré-sal.

Publicado no jornal O Progresso em 07 de setembro de 2008 em Imperatriz-MA

sábado, 6 de setembro de 2008

O Ome libero



-“Eu defendo, na verdade, o uso do fumo em qualquer lugar. Só fuma quem é viciado.” disse Lula, mostrando autoritarismo e prepotência, achando-se o dono das leis no Brasil. A declaração foi dada quando indagado sobre sua opinião ao projeto federal que proíbe o fumo em lugares fechados, a exemplo do que foi proposto pelo governador José Serra (PSDB), na semana passada.


Publicado no blog Prosa & Política.com.br pelo reporter Giulio Sanmartini.


Como o ome libero o otro aproveito

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Melhor negócio que banco, só banco brasileiro.


Dados publicados esta semana pela Consultoria Economática revelam que o setor bancário foi o mais lucrativo entre as empresas brasileiras de capital aberto no primeiro semestre de 2008. O setor bancário atingiu lucro líquido de R$ 16,579 bilhões de janeiro a junho, superando em R$ 770 milhões o segundo colocado que foi o de petróleo e gás, representado principalmente pela Petrobras, com lucro de R$ 15,809 bilhões.
Os bancos brasileiros superaram inclusive os bancos americanos, pois levando-se em conta a rentabilidade média dos balanços publicados por 23 instituições no Brasil e 81 nos EUA no primeiro semestre deste ano, os bancos brasileiros registraram rentabilidade de 21,7%, enquanto que os bancos americanos atingiram 8,9%.
Se forem comparados os quatro maiores bancos do Brasil como quatros maiores dos Estados Unidos, a diferença aumenta ainda mais.
A rentabilidade dos big four brasileiros no primeiro semestre deste ano é de 28,5%, quatro vezes maior que a dos americanos, meros 7,1%.
Os quatro maiores bancos brasileiros são o Itaú (rentabilidade de 30%), o Unibanco (30%), o Banco do Brasil (27%) e o Bradesco (26,5%). Já os americanos são o Goldman Sachs (23,2%), o JP Morgan Chase (8,5%), o Bank of America (5,8%) e o Citigroup (-11,5%).
Como os bancos brasileiros conseguem essa rentabilidade e esses lucros não é novidade para nós, usuários e clientes das instituições.
- Como nos tornamos o país do crédito fácil, por excesso de dinheiro na mão de poucos, e ainda somos classificados como clientes de alto risco, a fórmula é simples: risco alto, mais crédito fácil, mais demanda aquecida, igual a juros estratosféricos.
De acordo com o Banco Central, os juros do cheque especial em junho chegaram a 159,1% a.a, em julho a 162,7% a.a e vamos ver há quanto fechará em agosto.
O spread, ou ganho dos bancos com a diferença entre as taxas de aplicação e de captação, foi de 24,5% em junho e 25,6% em julho.
O volume global de crédito do sistema financeiro atingiu em julho o recorde histórico de 37% do Produto Interno Bruto (PIB), ou quase R$ 1,086 trilhão. É a maior relação na proporção com o PIB da série iniciada pelo Banco Central em julho de 1994.
- As tarifas bancárias de acordo com uma pesquisa do portal "Vida Econômica", mostra que os bancos continuaram reajustando os preços das tarifas apesar das novas regras, vigentes desde maio, que estabeleceram prazo de 180 dias para mudanças de preços. Foram encontrados aumentos de até 1.150%.
- Os governos municipais, estaduais e federal já pagaram este ano mais de R$ 100 bilhões em juros aos credores da dívida pública, dentre eles, os bancos.
A despesa recorde de juros pagos aos bancos e investidores é explicada por vários fatores, um deles é a alta da inflação que eleva a despesa nos papéis corrigidos por indicadores de preço. Outro fator é da taxa Selic - Taxa básica de juros - com o aperto monetário iniciado em abril, o custo dos papéis que seguem a Selic sobe. No início do ano, a despesa mensal com esses títulos era de cerca de R$ 5 bilhões. Em julho, já estava em R$ 7,7 bilhões. Outros fatores são o constante aumento da dívida pública e as oscilações no cambio.
O Sr. Luís Inácio já afirmou que acha "escorchantes" as taxas de juros praticadas pelos bancos brasileiros, ora, como banco é uma atividade regulamentada, sujeita a estrita fiscalização e controle do poder estatal, basta obrigar o sistema bancário brasileiro a funcionar como o de qualquer país industrializado. O dinheiro depositado de um dia para o outro, ou por poucos dias, se não rende juros ao correntista, não pode render juros aos bancos quando o aplicam junto ao Banco Central. Na contabilidade mais simples os bancos pegam nosso dinheiro depositado, não nos pagam juros algum e emprestam para o governo cobrando juros altos. Como quem paga a conta do governo é a população, nós pagamos juros do nosso próprio dinheiro.

Publicado no jornal O Progresso de Imperatriz em 31.08.08