Muitos estão achando que agora o Brasil vai entrar para o primeiro mundo, só porque recebeu o tão esperado Investment Grade, ou passando para o nosso bom e velho português o Grau de Investimento.
É verdade que um país quando recebe essa classificação da Standard & Poor’s, a principal provedora de informações para os mercados financeiros globais, e também a principal fonte de ratings de crédito, índices, pesquisas de investimento, avaliações de risco e dados, tem todo o direito de se sentir bem e com vontade e sede de ampliar seus horizontes, mas a coisa não é tão fácil assim.
O leitor pode achar que estou sendo pessimista por não estar soltando fogos, mas a realidade financeira do país e do mundo tem sofrido fortes mudanças nos últimos anos, o que me faz lembrar um velho mestre que dizia “economista tem que ser realista e não otimista”. Quem há cinco anos atrás imaginaria que o dólar estaria onde esta e que o maior investidor de mercados do mundo ganharia em 2007 dois bilhões de dólares aplicando em real?
É claro que compartilho a alegria geral, pois, se conseguimos o grau de investimento não foi à toa, foi devido a uma política de estado que vem desde o governo Itamar com o lançamento do real e que não foi de graça, nos custou a introdução do regime de metas de inflação e do câmbio flutuante em 1999, as privatizações, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o pagamento dos juros via superávit primário, a redução do endividamento em proporção ao Produto Interno Bruto e a cara poupança interna, para a geração das reservas internacionais.
Com o novo grau que recebemos da S&P ficamos iguais na classificação com a Colômbia, a Índia, o Cazaquistão e a Romênia; ficamos um grau atrás da Tunísia e alguns graus atrás de: Barbados, Botswana, China, Malásia, México, Polônia, Rússia, África do Sul, Tailândia e Trinidad e Tobago. Com certeza a maioria desses países não chega nem perto da pujança do Brasil, mas estamos em último lugar entre os quatro emergentes do BRIC (Brasil, Rússia, índia e China).
Nossa responsabilidade agora aumenta, pois, pior do que não ter a classificação é perdê-la e espero que o governo atual mantenha a seriedade monetária e prepare o caminho para a queda da taxa de juros e para a qualificação dos trabalhadores.
Os investidores internacionais de longo prazo que fugiram dos papéis podres americanos e estão momentaneamente aplicados em commodities, agora já podem legalmente aplicar seus recursos no país, mas só virão se encontrarem terra firme para seu patrimônio e pessoal habilitado e qualificado para gerir esses recursos.
Teremos por uns dias muitos dólares entrando no país, mas não se iludam, esse aplicador que vem agora é o chamado smart money, aplicador que aproveita a onda da divulgação, ganha um lucro e vai embora, o capital que pode fazer a diferença é o que normalmente vem dos fundos de pensão que buscam aplicações a longo prazo e em empresas do ramo de construção civil, alimentação e etc., ou seja, fogem do mercado especulativo, não gostam de juros altos e de trabalhadores não capacitados.
É verdade que um país quando recebe essa classificação da Standard & Poor’s, a principal provedora de informações para os mercados financeiros globais, e também a principal fonte de ratings de crédito, índices, pesquisas de investimento, avaliações de risco e dados, tem todo o direito de se sentir bem e com vontade e sede de ampliar seus horizontes, mas a coisa não é tão fácil assim.
O leitor pode achar que estou sendo pessimista por não estar soltando fogos, mas a realidade financeira do país e do mundo tem sofrido fortes mudanças nos últimos anos, o que me faz lembrar um velho mestre que dizia “economista tem que ser realista e não otimista”. Quem há cinco anos atrás imaginaria que o dólar estaria onde esta e que o maior investidor de mercados do mundo ganharia em 2007 dois bilhões de dólares aplicando em real?
É claro que compartilho a alegria geral, pois, se conseguimos o grau de investimento não foi à toa, foi devido a uma política de estado que vem desde o governo Itamar com o lançamento do real e que não foi de graça, nos custou a introdução do regime de metas de inflação e do câmbio flutuante em 1999, as privatizações, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o pagamento dos juros via superávit primário, a redução do endividamento em proporção ao Produto Interno Bruto e a cara poupança interna, para a geração das reservas internacionais.
Com o novo grau que recebemos da S&P ficamos iguais na classificação com a Colômbia, a Índia, o Cazaquistão e a Romênia; ficamos um grau atrás da Tunísia e alguns graus atrás de: Barbados, Botswana, China, Malásia, México, Polônia, Rússia, África do Sul, Tailândia e Trinidad e Tobago. Com certeza a maioria desses países não chega nem perto da pujança do Brasil, mas estamos em último lugar entre os quatro emergentes do BRIC (Brasil, Rússia, índia e China).
Nossa responsabilidade agora aumenta, pois, pior do que não ter a classificação é perdê-la e espero que o governo atual mantenha a seriedade monetária e prepare o caminho para a queda da taxa de juros e para a qualificação dos trabalhadores.
Os investidores internacionais de longo prazo que fugiram dos papéis podres americanos e estão momentaneamente aplicados em commodities, agora já podem legalmente aplicar seus recursos no país, mas só virão se encontrarem terra firme para seu patrimônio e pessoal habilitado e qualificado para gerir esses recursos.
Teremos por uns dias muitos dólares entrando no país, mas não se iludam, esse aplicador que vem agora é o chamado smart money, aplicador que aproveita a onda da divulgação, ganha um lucro e vai embora, o capital que pode fazer a diferença é o que normalmente vem dos fundos de pensão que buscam aplicações a longo prazo e em empresas do ramo de construção civil, alimentação e etc., ou seja, fogem do mercado especulativo, não gostam de juros altos e de trabalhadores não capacitados.
Publicado no jornal O Progresso em 04.05.2008 - Imperatriz MA
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